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A comédia sempre foi a zona de conforto de Adam Sandler, um território em que o riso fácil compensava o enredo raso. Mas  “Click” nasce justamente do atrito entre essa superficialidade e um desejo visível de amadurecimento. O filme parte de uma premissa absurda, um homem que encontra um controle remoto capaz de manipular o tempo, para construir algo que vai além da fantasia: uma parábola sobre o esgotamento moderno, a negligência afetiva e o preço de viver em “modo automático”.

A discussão sobre tutela, diagnóstico e liberdade ganha dramatização rara em um longa que concentra a decisão de um perito em um prazo contado. A narrativa cruza humor discreto e pressão institucional para tratar envelhecimento, sexualidade tardia e conflitos de herança sem caricaturas. A cada entrevista, laudo e visita, o filme pergunta quem tem autoridade para decidir como alguém deve viver.