Livros

Os Demônios como exorcismo literário: Dostoiévski entre o abismo e a profecia

Os Demônios como exorcismo literário: Dostoiévski entre o abismo e a profecia

Dostoiévski não escreveu apenas romances — escreveu abismos. Sua literatura antecipa os colapsos morais e políticos que moldaram os séculos seguintes. Ao criar personagens possuídos por ideias, ele não dramatiza o indivíduo, mas disseca os vírus da modernidade: o niilismo, o fanatismo, a fé deformada, a razão corrompida. Não há heróis, há vozes em ruína. E ao invés de redenção, o que se oferece é ruído, vertigem, revelação. Neste ensaio, atravessamos a escrita como quem cruza um incêndio espiritual. Porque às vezes é preciso contemplar o mal de perto para entender de onde virá — e como reconhecer.

4 livros que, após terminar, você terá vontade de voltar à primeira página

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Há livros que não se encerram com um ponto final, mas com um eco. Que não entregam respostas, apenas deixam a pergunta vibrando no ar. Termina-se a leitura como quem acorda de um sonho vívido, com a necessidade urgente de sonhá-lo de novo. Alguns romances habitam esse limiar, onde o tempo vacila, a linguagem pulsa e o mundo, de certo modo, se desfaz. São obras que magnetizam. Livros que, ao se concluírem, convidam não ao esquecimento, mas ao retorno. Porque certos começos só fazem sentido depois do fim.

Se Camus tivesse um clube de leitura, estes 7 seriam os primeiros títulos

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Imagine um clube de leitura secreto, frequentado por intelectuais que discutem existencialismo enquanto fumam cigarros invisíveis e ignoram solenemente qualquer livro que mencione “descobertas sobre si mesmo” antes da página 50. Camus é o presidente honorário, claro, mesmo morto, ele ainda atrasa as reuniões porque está contemplando o absurdo do cronograma. Nas estantes desse seleto grupo, não há espaço para autoajuda ou romances com trilogia garantida.

10 clássicos que o planeta inteiro decidiu ler em 2025

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Tem gente que compra livro como quem compra vinho caro: só pra deixar exposto e fazer cara de quem entende. Esses volumes ficam ali, intactos na estante, como troféus de uma sofisticação que não passou da lombada. São os chamados “livros ostentação”, títulos de respeito, capas clássicas, letras douradas… e páginas que nem viram a luz do abajur. O sujeito não leu, mas jura que sentiu a angústia de Raskólnikov, vibrou com os Buendía e chorou com o peixe do Hemingway. Tudo isso no intervalo entre duas postagens no Instagram.

Livros ostentação: 7 clássicos usados para status, não para leitura

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Se todo brasileiro tivesse uma estante com a sinceridade de um taxista carioca, ela gritaria: “me ajuda que esse livro só tá aqui pra impressionar visita”. E não estamos falando de romances policiais ou autoajuda com capa dourada. Estamos falando da elite da ostentação literária, aquelas obras que exigem seis dicionários, um chá de camomila e duas reencarnações para serem lidas. Você provavelmente já viu essas belezuras em fotos de LinkedIn, no fundo da estante de algum CEO ou empilhadas artisticamente no Instagram de um aspirante a pensador.