Livros

O Black Mirror nordestino de Cristhiano Aguiar

O Black Mirror nordestino de Cristhiano Aguiar

Antologia de contos de autor paraibano combina elementos góticos e folclóricos com referências de séries de tevê, cinema e literatura, explorando temáticas do terror e do fantástico que têm como pano de fundo o período do cangaço, a ditadura militar e a paisagem sombria de uma realidade imediata.

Em ‘Tudo é Rio’, Carla Madeira retoma o folhetim romântico

Em ‘Tudo é Rio’, Carla Madeira retoma o folhetim romântico

Na pandemia de Covid-19, os leitores e as leitoras parecem ter redescoberto a literatura brasileira. Dois fenômenos ocorreram por meio das redes sociais (o boca-a-boca digital) e impulsionaram as vendas de ficção a partir de 2020. O primeiro foi o êxito de “Torto Arado”, de Itamar Vieira Jr. O segundo revelou Carla Madeira com o romance “Tudo é Rio”, publicado em 2014 por uma pequena editora e reeditado pela Record. De formas distintas, ambos trazem histórias dramáticas e desfechos positivos em relação à vida.

O que há de torto em ‘Torto Arado’

O que há de torto em ‘Torto Arado’

Analisamos as vozes narrativas, o desenrolar do enredo, a construção dos personagens. Sem nenhum revanchismo político ou desrespeito ao autor, como deve ser toda crítica intelectualmente honesta. Não que recusemos usar o humor como ferramenta analítica, claro. Afinal de contas, “Torto Arado” se leva muito a sério. Essa é uma das marcas do livro.

Romance de Heloisa Seixas mistura dilemas filosóficos com sobrenatural

Romance de Heloisa Seixas mistura dilemas filosóficos com sobrenatural

A partir da decisão de sua protagonista de não tomar o rumo de casa e se lançar ao desconhecido, enredo se alterna entre passado e presente para a acompanhar histórias de personagens que tiveram o destino modificado por uma escolha, por um golpe de sorte ou pela ação do acaso. São episódios que ocorrem em dois planos narrativos, articulando elos que se constroem através desses instantes nos quais escapar da morte por um fio leva a reescrever todo o rumo da vida.

Nos contos de Verena Cavalcante, o inferno está na infância

Nos contos de Verena Cavalcante, o inferno está na infância

Em seus contos, a escritora paulista cria um universo povoado por agressores sexuais, pervertidos, assassinos, dementes, crianças que passam por violências e tragédias, e crianças que praticam violências e causam tragédias. Seus personagens transmitem uma ingenuidade que os mantêm alheios ao contexto sórdido que estão inseridos ou a que serão lançados, fornecendo uma experiência de leitura marcada pela tensão em atos de violência que ocorrem nos ambientes familiares e sociais.