Filmes

Milhares de livros inspiraram obras cinematográficas que marcaram gerações. O cinema é uma espécie de junção de todas as artes e, por meio dele, parece possível conectar mais pessoas de diferentes lugares, escolaridades, idades, classes sociais. Os filmes tornam a comunicação mais ágil e direta, embora nem toda produção cinematográfica seja tão simples e acessível assim. De qualquer forma, a sétima arte é uma forma revolucionária de contar histórias e de tentar compreender a vida e a nós mesmos.

É o momento de aproximar da linha de chegada dessa maratona que foi 2021, olhar para trás e relembrar tudo que rolou ao longo desse ano que passou mais veloz que o Usain Bolt, no Mundial de Atletismo em Berlim. Há quem diga que as voltas da Terra em torno de seu próprio eixo ao redor do sol estão cada vez mais rápidas. O tempo voou e tudo que ficou foram as boas lembranças. Momentos de lazer, entretenimento e arte certamente fazem parte daquilo que nos torna melhores, mais sábios e mais fortes com o passar dos anos e, agora, é hora de relembrar.

A jornada de um músico, ávido por se tornar famoso e respeitado por uma arte que só ele mesmo parece apreciar, é mais uma das investidas do cinema quanto a falar de seus tantos sonhadores perdidos. “O Discípulo”, do indiano Chaitanya Tamhane, se estende sobre Sharad, um homem que resiste a matar em si o seu melhor. Até que é vencido.

Tomando por base a história verídica de um caubói obrigado a desistir da carreira, Chloé Zhao transporta o espectador direto para a realidade nada especial de homens pobres, pouco instruídos e algo bestiais, que enxergam em seus cavalos mais que um companheiro de trabalho, a oportunidade para mudar de vida. Da mesma forma que fez em “Nomadland”, “Domando o Destino” se torna tão rico justamente por saber manejar a inexperiência dos atores a seu favor — e aqui, é difícil de acreditar que o protagonista seja mesmo alguém exógeno a Hollywood.

Produzido pela nata do cinema espanhol recente, “O Orfanato” vem à luz contando com padrinhos do quilate de Guillermo Del Toro e Mar Targarona, queridinhos do cinema espanhol, nessa ordem. O filme de Juan Antonio Bayona tenta esclarecer qual pode ser o vínculo entre uma mulher e seu filho adotivo — além do afeto, claro —, e ensina que o passado deve ficar onde a vida o coloca: nas nossas lembranças. E só lá.