Em “Irmã Morte”, Narcisa é retratada como uma mulher empática, sensível e humilde. Ao encontrar uma maleta com pertences de uma freira falecida, ela começa a sentir presenças sobrenaturais no convento. Perturbada pela presença invisível, Narcisa confessa suas dúvidas ao padre, que a aconselha de forma simplista, como se quisesse encerrar o assunto rapidamente.
Lukas Dhont é um artista da contradição. “Close” choca pelo que não diz, dada a violência do último efeito de tacanheza, ignorância, covardia e despreparo quando se lida com a natureza menos palpável de alguém. O roteiro de Dhont e Angelo Tijssens, seu colaborador habitual, cerca-se de todos os cuidados para garantir que ninguém se surpreenda com o que acontece com os protagonistas, ainda que, no fundo, sempre resista a esperança de tudo se ajeite.
“O Troll da Montanha”, dirigido por Roar Uthaug, mergulha no folclore norueguês para contar uma história. A trama gira em torno da paleobióloga Nora Tideman, vivida por Ine Marie Wilman, que faz uma descoberta arqueológica monumental: um fóssil de dinossauro que tem sido objeto de acaloradas discussões científicas. Porém, a narrativa toma um rumo inesperado quando uma área da montanha é implodida, libertando uma criatura colossal e antropomórfica.
Em “Destinos à Deriva”, dirigido pelo catalão Albert Pintó, a personagem principal, Mía, vivida por Anna Castillo, nunca pensa em desistir da vida, refletindo a pulsão de vida freudiana de forma crua e intensa. Pintó combina esse drama humanitário com elementos de sucessos cinematográficos como “Náufrago” (2000) de Robert Zemeckis, “127 Horas” (2010) de Danny Boyle, “Gravidade” (2013) de Alfonso Cuarón, “Águas Rasas” (2016) de Jaume Collet-Serra e “Solo” (2020) de Hugo Stuven.
Apesar da familiaridade do enredo, Bayona imprime um vigor renovado à narrativa através de um detalhamento meticuloso e um apelo estético marcante. A fotografia de Pedro Luque Briozzo explora tons de azul para transmitir o desespero, contrastando com o branco intenso da neve e do sol invernal, criando um ambiente visualmente angustiante. Os enquadramentos próximos das faces marcadas pelo vento frio intensificam a sensação de vulnerabilidade e sofrimento dos sobreviventes.
