Crônicas

O Brasil é de cima a baixo um enorme canteiro de gambiarras, guaribas e puxadinhos

O Brasil é de cima a baixo um enorme canteiro de gambiarras, guaribas e puxadinhos

É comum em nosso País construir-se uma casa sem planta, sem projeto, sem alvará, sem o recolhimento dos encargos sociais e, por fim, sem as devidas averbações cartorárias. Quando vai vendê-la, principalmente se há financiamento habitacional na transação, é quando o proprietário “descobre” que, para realizar a venda será preciso providenciar uma série de documentos. Aí começa um procedimento tortuoso e intempestivo, pois se tratam de documentos que, em tese, deveriam preceder o início da obra.

Tristeza é vírus. Tome uma vacina

Tristeza é vírus. Tome uma vacina

Piolho pega, bocejo pega, conjuntivite idem e euforia às vezes nos  contagia (sobretudo durante o carnaval). A tristeza também não foge à regra. Ela manda seu recado, em sussurros, dirigido aos desatentos indivíduos deste século. Mas pega mal ficar triste. “Maior caô”, “pagação de mico” entoa a galera lá do alto da exuberância dos seus vinte e poucos anos. Ficar xoxo, amuado, macambúzio, lamuriento não combina com a alegria prozac, nem com a metáfora da cocaína atitudinal, refletida nos tempos modernos.

Aos recalcados, o Maraca

Aos recalcados, o Maraca

Morador da Tijuca desde 1982, o Maracanã sempre foi quintal da minha casa, e não apenas palco onde meu outrora apaixonante Fluminense trucidava Flamengo, Vasco e quem mais viesse pela frente. Tanto para mim quanto para todos os moradores do entorno, ir ao Maracanã nunca foi um evento. Programa mesmo era ir ao cinema, visitar minha a avó no Leme, brincar de tomar tombo na pista de patinação no gelo do Barrashopping. Ir ao Maracanã, ao “Maraca”, equivalia ao frango da padaria aos domingos, a comprar pipa na Carvalho Alvim, a jogar bola na Xavier de Brito.

Relaxa e rouba

Relaxa e rouba

Juro que li isto nos anúncios classificados de um jornal: Político safado procura parceiros para um esquema, sem compromisso emocional, só financeiro. Adoro realizar fantasias, principalmente, as minhas: eleger-me senador da república, bancar silicone para as amantes, morar numa cobertura à beira da praia, comprar um loft defronte ao Central Park, andar de jatinho, rir da cara do povo enquanto tomo capuccino num café em Paris.