Autor: Mario Vitor Rodrigues

Um exército de hipócritas

Um exército de hipócritas

A grande diferença, talvez, esteja no cinismo. Um racista, por cretino e odioso que seja, é sincero. Oprime sem fazer teatro (quando sim, trata-se apenas de não incorrer em crime e acabar atrás das grades). O mesmo acontece com todos os outros comportamentos xenófobos e covardes de maneira geral. O sentimento é límpido, expresso, nem que seja no gesto francamente. Já com aqueles que apontam o dedo dizendo “reaça!”, acontece justamente o oposto.

Aos recalcados, o Maraca

Aos recalcados, o Maraca

Morador da Tijuca desde 1982, o Maracanã sempre foi quintal da minha casa, e não apenas palco onde meu outrora apaixonante Fluminense trucidava Flamengo, Vasco e quem mais viesse pela frente. Tanto para mim quanto para todos os moradores do entorno, ir ao Maracanã nunca foi um evento. Programa mesmo era ir ao cinema, visitar minha a avó no Leme, brincar de tomar tombo na pista de patinação no gelo do Barrashopping. Ir ao Maracanã, ao “Maraca”, equivalia ao frango da padaria aos domingos, a comprar pipa na Carvalho Alvim, a jogar bola na Xavier de Brito.