Poucos cineastas têm a habilidade de explorar as complexidades silenciosas e devastadoras das relações humanas como Lukas Dhont. Em “Girl” (2018), inspirado na vida real da bailarina Nora Monsecour, o diretor belga confronta questões delicadas com uma honestidade que incomoda e provoca reflexões profundas. Já em “Close”, Dhont adota uma abordagem ainda mais sutil, porém igualmente arrebatadora, desvendando os traumas escondidos nas nuances da amizade juvenil. Aqui, a violência não é explícita, mas se manifesta de maneira devastadora na forma de preconceito, incompreensão e covardia diante da vulnerabilidade alheia.

Ambientado na Antuérpia de 1942, “Caminho da Sobrevivência” mergulha no cotidiano sombrio de Wilfried Wils, um policial que opera sob o domínio nazista. À medida que as atrocidades do regime avançam, Wils se vê dividido entre o dever imposto e sua consciência. Com direção de Tim Mielants, o filme combina realismo brutal e suspense em uma trama que explora os limites da moralidade em tempos de guerra.