Martin Scorsese convenceu Joe Pesci a retornar da aposentadoria para esse último filme, na Netflix Divulgação / Netflix

Martin Scorsese convenceu Joe Pesci a retornar da aposentadoria para esse último filme, na Netflix

Martin Scorsese, em “O Irlandês”, não apenas revisita o universo da máfia americana — ele o exuma. A câmera não é mais cúmplice da glória dos crimes, mas testemunha discreta de um passado que apodrece em silêncio. Aqui, o glamour antes associado à vida dos gângsteres se dissolve numa névoa de arrependimento, solidão e fim. Scorsese ergue uma elegia devastadora aos homens que confundiram lealdade com obediência cega, e poder com permanência.

Filme que quase fez o Oscar ser cancelado por premiar ator acusado de assédio, na Netflix Divulgação / Prime Video

Filme que quase fez o Oscar ser cancelado por premiar ator acusado de assédio, na Netflix

Há filmes que sussurram enquanto o mundo grita. “Manchester à Beira-Mar” é um desses raros exemplares que, em vez de oferecer explicações, insiste em deixar que as rachaduras falem por si. Kenneth Lonergan escolhe, deliberadamente, não preencher os vazios: ele os amplia. O luto, nesse universo gélido e repleto de silêncios incômodos, não é uma fase a ser superada, mas um estado crônico, um tipo de exílio interior. Desde os primeiros minutos, é possível perceber que o filme não conduz seu protagonista rumo à cura, mas o força a coexistir com a dor — como quem aprende a respirar num quarto sem janelas.

Últimos dias para ver no Prime Video o filme que venceu 7 Oscars em 2024 e já é considerado um dos maiores da história do cinema Divulgação / Universal Pictures

Últimos dias para ver no Prime Video o filme que venceu 7 Oscars em 2024 e já é considerado um dos maiores da história do cinema

Com rigor cirúrgico e ambição épica, Christopher Nolan reconstrói o nascimento da era nuclear a partir do olhar de um homem dilacerado entre a genialidade e o remorso. “Oppenheimer” não dramatiza apenas um feito científico — esmiúça as ruínas morais que dele emergem, traçando o retrato de um cientista que, ao tocar o absoluto, condena-se ao eterno colapso interior.

Filme que fez as pessoas desmaiarem e vomitarem nos cinemas é também maior bilheteria de língua não inglesa da história, na Netflix Divulgação / Icon Productions

Filme que fez as pessoas desmaiarem e vomitarem nos cinemas é também maior bilheteria de língua não inglesa da história, na Netflix

Mel Gibson não filmou “A Paixão de Cristo” como quem deseja contar uma história — ele a esculpiu como quem escava uma ferida. A escolha de retratar, com obsessiva minúcia, os momentos finais da vida de Jesus vai bem além de um exercício devocional ou histórico. O filme não sugere empatia; exige confronto. Com o idioma original da época e uma câmera que se recusa a desviar o olhar da tortura, o longa expõe um corpo desfigurado como ícone da fé, rasgando o verniz estético que usualmente envolve narrativas religiosas e substituindo-o por carne aberta, ossos expostos e silêncio forçado.

O filme mais polêmico do Oscar 2025 revela a origem sombria de um dos homens mais poderosos do mundo — agora no Prime Video Divulgação / Rocket Science

O filme mais polêmico do Oscar 2025 revela a origem sombria de um dos homens mais poderosos do mundo — agora no Prime Video

Donald John Trump é minha raposa-vermelha, tal como Luiz Inácio Lula da Silva foi a anta de Diogo Mainardi. Minha inabalável ojeriza pelo 45º e 47º presidente dos Estados Unidos ganhou novo fôlego diante de “O Aprendiz”, a biografia desautorizada do magnata do mercado imobiliário americano que o roteiro de Gabriel Sherman compõe em quase todas as suas filigranas mais sórdidas. Há pouco no filme de Abbasi que eu já não soubesse, mas sempre resta na gota de sangue mais oculta um esboço de surpresa com a arrogância criminosa de Trump e seus asseclas, uma ameaça real à civilização.