“Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”

“Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”

Repare bem ao redor. Maquiagem vencida. Retrato empoeirado. Bijuterias oxidadas. Louça de anteontem. Esmalte descascado. Copo com resto de café. As horas se esqueceram de seguir no cuco enguiçado. Por fora, o caos está posto, mas e aí dentro, quais os lixos que te carregam? Ou, quais são as quinquilharias colecionadas? Não, não. Ninguém precisa de tanto entulho no coração. Perdas não passadas tornam-se pedras. Pedregulhos! Enormes! Tanto que interrompem a chegada de um novo ciclo.

A criança de ontem ainda se manifesta. Você decide se ela brinca ou tem medo de escuro

A criança de ontem ainda se manifesta. Você decide se ela brinca ou tem medo de escuro

Às vezes me vejo tentada a tirar dos ombros o peso das responsabilidades e ir correndo para o quarto abraçar o travesseiro. A gente resgata do passado o conforto que existia na infância, a possibilidade de curar com Merthiolate e colo de mãe as quedas e feridas. Mas é preciso abrir os olhos, encarar as perdas, vulnerabilidades e obstáculos. É necessário lavar o rosto, tirar a pantufa do Bob Esponja e pagar os boletos. Recordo-me com saudosismo do dia em que conseguir dominar a bicicleta cor-de-rosa era o problema do ano. Por outro lado, é prazeroso e reconfortante ver agora em mim o reflexo da criança que fui e das alegrias e percalços que deram o tom da trajetória até aqui.

Toda mulher tem um pouco de Bridget Jones

Toda mulher tem um pouco de Bridget Jones

Bridget Jones vivia em conflito com a balança porque nunca estava satisfeita com o seu peso. Era independente financeiramente, mas ainda não tinha encontrado a sua independência emocional. Possuía baixa autoestima quando o assunto era relacionamento. Mas, apesar de cada confusão em que se metia, ela não perdia o seu bom humor. Foi essa personagem que conquistou o coração de tantas mulheres da minha geração, por nos mostrar que o mundo estava cheio de Bridgets.

Outubro rosa respingado de sangue

Outubro rosa respingado de sangue

Quem mata mais mulheres no Brasil: o câncer de mama ou os homens? Isso não é um conto de fadas. Era uma vez, nos primórdios da Era Cristã, na região da Sicília, Itália, uma jovem linda e recatada (seria ela do lar?) chamada Agatha foi condenada pelo imperador Décio (perseguidor contumaz de cristãos) a ser torturada até a morte. Por questões de ordem passional e religiosa, o déspota ordenou aos guardas que a despissem, arrastassem-na sobre cacos de cerâmica e brasa viva, e mutilassem as suas tetas, arrancando-as com o adjutório de alicates e outros instrumentos perfuro-cortantes disponíveis para o recreio da tortura.