Insegurança e carência: os ingredientes secretos que estragam a vida de solteiro, a vida de casado e a vida de quem vive

Insegurança e carência: os ingredientes secretos que estragam a vida de solteiro, a vida de casado e a vida de quem vive

Quando penso em insegurança e carência, logo me vêm à mente textos e vídeos de autoajuda com o passo a passo para restaurar a própria estima, valorizar-se mais, superar os medos e esse bocado de coisas impossíveis de se ensinar como se fossem matérias de escola, mas que movimentam bilhões no mercado da exploração psicológica. Quem padece desses achaques se parece mais ou menos com um gato desguarnecido, cujos olhos saltam das órbitas pedindo atenção e temendo qualquer nuvem que não seja cor-de-rosa: presas fáceis das linhas de um mercado maquiavélico.

Mulheres, revejam suas dietas! A vida é muito mais do que ter um corpo perfeito

Mulheres, revejam suas dietas! A vida é muito mais do que ter um corpo perfeito

A obsessão pela magreza acompanhou-me por muito tempo. Parecia que o sucesso, em qualquer esfera da vida — pessoal, familiar ou profissional — sempre esteve relacionado ao meu corpo, ao tamanho da minha bunda e à imagem que eu via no espelho: se não estava magra, ainda não estava tudo perfeito. E, se não estava tudo perfeito, eu me isolava. E sofria. Até que um dia, finalmente, eu acordei desta solidão (escravidão): parei de fazer dietas.

Apologia ao amor em tempos de corações tristes

Apologia ao amor em tempos de corações tristes

Ando cheio de tudo isso, de gente vazia, do trânsito parado, do giro dos motores, da náusea, do calor do momento, da frieza nos olhares, dos milhares de estranhos se estranhando nas entranhas da cidade, dos motoristas gesticulando com histeria, homens e mulheres (que vergonha!) enlouquecendo mutuamente com a falta de espaço, com o excesso de pressa, com um tempo perdido rumo ao trabalho, o qual, claro, não volta nunca mais, senão nas decrépitas recordações da velhice.

O segredo para escrever ficção

O segredo para escrever ficção

Qualquer técnica pode ser repassada e aprendida na escola ou em oficinas. Mas isso por si só não cria um escritor, se o aprendiz não tiver o ouvido preparado para escutar. Ler trechos de romances como se lê estrofes de um poema, procurando ressonâncias, significados ocultos, nas entrelinhas. Porque o oculto é que conta, não o óbvio ou o aparente. Mesmo um Graciliano e um Hemingway não são óbvios. Por isso muito se perde quando não se lê adequadamente.

A Chegada, de Denis Villeneuve: uma obra-prima instantânea

A Chegada, de Denis Villeneuve: uma obra-prima instantânea

Como um cético apaixonado pela Ciência, sempre tive apreço pela ficção científica. Nesse sentido, “A Chegada”, do diretor Denis Villeneuve, é um exemplo — infelizmente cada vez mais raro — de filme do gênero dotado de valor artístico. Eis uma película que, ouso dizê-lo em tom vaticinante, haverá de integrar o panteão das melhores ficções científicas já filmadas na história do cinema. Uma obra-prima instantânea.