Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Biografias fazem parte de um gênero bem específico que busca contar a vida de uma pessoa e quanto mais importante ou mais extraordinária tenha sido a existência do biografado, melhor o livro tende a ser. E como poderia deixar de ser interessante a vida de um piloto kamikaze? Sim, aqueles samurais modernos, que deliberadamente jogavam seus aviões sobre os navios aliados ao final da Segunda Guerra.

De tirar o fôlego e baseado em uma história real, novo filme da Netflix vai mexer com sua cabeça Divulgação / Netflix

De tirar o fôlego e baseado em uma história real, novo filme da Netflix vai mexer com sua cabeça

Embora o amor possa ser uma maravilha, envolver-se com outra pessoa termina pôr à mostra ângulos pouco auspiciosos — e mesmo terríveis — de alguém. David M. Rosenthal lança mão de um argumento singular para expor a mais humana das emoções. “Paixão Sufocante” se presta a espelhar sem falsas condescendências os vícios de uma relação, que como a maioria principia bem, e, como boa parte delas, degringola por uma razão nada desprezível.

Quase perfeito, filme com Sophia Loren na Netflix é um soco no estômago e vai tocar sua alma Regine de Lazzaris / Netflix

Quase perfeito, filme com Sophia Loren na Netflix é um soco no estômago e vai tocar sua alma

Verdadeiro baluarte da arte dramática na tela grande, onde se criou, Loren já atingiu sete décadas de uma carreira bem-sucedida, pautada por profissionalismo à toda prova — há quem diga que ela seja capaz de trabalhar ardendo numa febre de quase quarenta graus — e critérios muito severos quando se trata de integrar o elenco de um filme, mesmo numa participação mais discreta. Decerto esse foi um dos motivos para que ficasse mais por mais de dez anos longe dos sets, e sempre que ela decide voltar, é como se o tempo retrocedesse setenta anos e ela virasse aquela garota que disputava a preferência do público em certames em que a casca era o que importava.

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

A obra de Bernhard é um acerto de contas com o seu país que teve a mancha histórica de ser anexado pela Alemanha nazista. Seu último romance (“Extinção”) e a peça teatral “Praça de Heróis”, por exemplo, fazem questão de brigar com o esquecimento que a Áustria tenta impor a respeito daquele período, digamos, vergonhoso de sua História.

Mais um otário à frente de seu tempo

Mais um otário à frente de seu tempo

Em tempos de meninice, bom mesmo era relevar, mas, eu não relevava. Certo mesmo era levar a vida na flauta, mas, eu não levava. Prendia o futuro com as mãos em ânsias de devaneio e ele sempre escapava entre os dedos. Nada mais natural. Em dado momento — degredo de mim mesmo — a descoberta da finitude humana fez-me reconhecer que, muitas das vezes, os momentos felizes aconteciam somente pelos lépidos olvidos do sofrimento.