Comédia primorosa na Netflix vai acalmar sua alma e deixar sua semana mais leve Divulgação / Pathé Films

Comédia primorosa na Netflix vai acalmar sua alma e deixar sua semana mais leve

Os protagonistas de “A Fuga dos Avós” pareciam figurar entre os poucos autorizados a gozar de uma aposentadoria sem misérias, não fosse um detalhe nada desprezível. No filme de Fabrice Bracq, o diretor espalha pequenas iscas, repisando clichês e ressuscitando velhíssimas piadas sobre a velhice iminente e a vida a dois de pessoas que aprenderam a suportar incômodos de alguma monta em nome da garantia de um futuro estável inclusive (ou sobretudo) sob o ângulo do sentimento.

Obra-prima (do mesmo diretor de Parasita) está escondida na Netflix e vai te perturbar por 2 horas Divulgação / Chungeorahm Film

Obra-prima (do mesmo diretor de Parasita) está escondida na Netflix e vai te perturbar por 2 horas

“O Hospedeiro” (2006) abre retratando uma base militar dos Estados Unidos na Seul do ano 2000. A cena é ambientada num necrotério, no qual dois homens, um sul-coreano e um americano mais velho conversam enquanto manipulam os instrumentos correlatos àquele lugar. Esse americano, participação afetiva de Scott Wilson, verifica que os frascos de formaldeído, o formol que todos conhecemos, estão todos cobertos de poeira.

Filme com Brad Pitt e Marion Cotillard volta ao catálogo da Netflix e vale cada milésimo de segundo do seu tempo Divulgação / Paramount Pictures

Filme com Brad Pitt e Marion Cotillard volta ao catálogo da Netflix e vale cada milésimo de segundo do seu tempo

“Aliados” (2016) preza pelo comedimento. Trabalho primoroso, mais um para a conta de Robert Zemeckis, o filme rende uma justa homenagem ao gênero, primeira incursão do diretor no tema, sem que se note no roteiro de Steven Knight o sabor rançoso do pastiche, o que já é um achado em produções tão conceitualmente herméticas — não obstante estejam presentes traços bem-marcados de tramas como a de “Bastardos Inglórios” (2009), o épico nonsense (e delicioso) de Quentin Tarantino.

Suspense francês na Netflix vai te deixar com o coração na boca Divulgação / Netflix

Suspense francês na Netflix vai te deixar com o coração na boca

Os personagens de “A Terra e o Sangue”, do francês Julien Leclercq, passam oitenta minutos correndo das complicações que despejam-se entre si, numa narrativa de início estimulante, mas que logo resvala no lugar-comum e na mediocridade. Resultado tanto mais lamentável quando se verifica que tudo poderia ter sido muito diferente se se tivesse mudado o enfoque da história.

Não se bate em professor nem com uma flor

Não se bate em professor nem com uma flor

Papo de quem está ficando velho: sou de um tempo em que os alunos se apaixonavam pelos professores. No duro. Tipo curtir dor de cotovelo, chorar pelos cantos da casa ou pensar em se matar no jardim de infância. A primeira paixão arrebatadora foi por minha mãe que, aliás — pobre coitada! — era também uma professora de escola pública, em cujas tetas ptóticas combalidas armei acampamento para sugá-la como um parasita durante meses a fio.