O estranho caso de Mia Couto: o escritor com mais fãs do que leitores
Não era incomum ouvi-lo murmurado em cafés, ecoando feito mantra desprovido de mantra: Mia Couto, Mia Couto, Mia… a sílaba se dissolvendo sem esforço. Nome-bandeira, nome-pulso, nome-vazio preenchido por um tipo de afeto que dispensa o objeto amado. Como um Deus pagão que se adora, mas cujo rosto ninguém jamais contemplou. Diziam que o liam, sim, juravam por fotos e hashtags, fingiam nas mesas dos bares. Mas poucos atravessavam o rio; quase ninguém alcançava a outra margem.