Autor: Giancarlo Galdino

A perda de um filho talvez seja o evento mais trágico a pontuar a vida de um indivíduo, ou melhor, de dois indivíduos, que depois da morte da filha, por ainda se amarem, tentam desesperadamente encontrar um estímulo que lhes suscite a vontade de continuar a seguir juntos. “Se Algo Acontecer… Te Amo”, lançado em 2020 e dirigido por Michael Govier e Will McCormack, disponível na Netflix, aborda o luto sob a ótica da força da tristeza, que pode ser avassaladora, mas definitivamente não é invencível.

Em 2014, David Fincher legou ao público um filme que ousava falar de amor, casamento, brigas conjugais, ciúme, de modo inovador, quiçá revolucionário. À primeira vista, “Garota Exemplar” pode soar pernóstico por afrontar o modo já de há muito estabelecido em Hollywood de se levar uma narrativa, e tanto pior ao inverter os papéis e atribuir à mulher o papel de vilã, o que foi, definitivamente, o fator a gerar tamanho interesse do espectador.

Drama romântico pincelado por seus tantos lances de comédia, próprios nessas narrativas, “O Lado Bom da Vida” (2012), de David O. Russell, encanta, graças à química rara entre seus protagonistas. No filme, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence constroem seus personagens, complexos, se baseando na força de que esses tipos podem tirar de sua vulnerabilidade diante de um mundo que não os reconhece — e no qual também não se reconhecem.

Falando de racismo, violência policial e, colateralmente, de xenofobia e desigualdade socioeconômica, “Dois Estranhos” (2020), dos diretores Travon Free e Martin Desmond Roe, se propõe, de uma maneira inicialmente despretensiosa, a oferecer explicações para uma das grandes chagas dos Estados Unidos.