Autor: André J. Gomes

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança! Babi Furtado / Divulgação

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança!

Coisa de dez anos atrás, eu fui ao Rio de Janeiro no carnaval e fiquei encantado com o bloco “Mulheres de Chico”. Que ideia ótima! Mais que uma homenagem a um dos maiores compositores deste país, aquilo era uma peça de resistência, um manifesto da potência da mulher, um grito de alegria e inteligência, uma força da natureza. E que cantoras! Alguém me disse que uma delas se chamava Monalise. Achei bonito! Depois a vida seguiu, eu ainda não voltei ao Rio de Janeiro, mas levei aquela lembrança boa comigo.

Luma Aiub e a vida inteira que cabe numa poesia

Luma Aiub e a vida inteira que cabe numa poesia

Caminhar por aí é um jeito bonito de estar na vida. E caminhando com as pontas dos dedos da mão, dia desses eu vi uma moça chamada Luma cantando bonito ao lado de uma violonista de nome Helena. Parei e cá estou já não sei há quanto tempo, ouvindo em repetição infantil as quatro canções do EP “Além da Lenda”, de Luma Aiub.

A incrível viagem de Niwa rumo a si mesma e sua redescoberta do Brasil Foto / Sofia Colucci

A incrível viagem de Niwa rumo a si mesma e sua redescoberta do Brasil

Niwa nos arranca do chão com garras gentis de ave mitológica e nos leva a uma viagem por melodias lindas e fortes, arraigadas em sua identidade multicultural que sobrevoa nosso mundo rasteiro. Por suas veias correm juntos Björk e Tetê Espíndola, Depeche Mode e Mercedes Sosa, as sirenes marítimas e o canto da araponga. Em sua arte se encruzilham a Amazônia e o Japão, Nova Iorque e Nova Délhi, São Paulo e Belém do Pará. Em seu peito batem antigos tambores e novas tecnologias sintetizando o que somos, o que fomos e o que inda haveremos de ser.

Zéu Britto e seu ministério da alegria, da esperança e da poesia Foto / Divulgação

Zéu Britto e seu ministério da alegria, da esperança e da poesia

Tivesse o Brasil um ministério da alegria, da esperança e da poesia, não haveria nome mais perfeito para a pasta que Zéu Britto. Sua música desde sempre é um sacerdócio bonito a serviço de alegrar e enfeitar a vida. Sua presença em nossa época é um presente caro e gracioso a quem ainda acredita que viver vale a pena. A beleza de sua poesia nos salva e nos cura de tudo que é feio neste mundo e nos outros. Em matéria de alegria, de esperança e de poesia, Zéu já nasceu autoridade.

Ana, Eric e sua música que chega na gente de um jeito bonito Divulgação / Lindsay J. Ralph

Ana, Eric e sua música que chega na gente de um jeito bonito

Dia desses, o tempo me atropelou e nem deu tempo de anotar a placa. Passou tão rápido que eu nem vi, enquanto eu atravessava a rua. Saltei de uma calçada ainda menino, segurando firme a mão enorme de minha avó, cercado de amor, e cheguei ao outro lado sozinho, envelhecido e tristonho. Meu ouvido zumbindo, minha vista embaçada, meu coração partido e minhas saudades ficamos ali, sentados no meio fio, mirando o passado do outro lado da rua.