Últimos dias para assistir ao ganhador do Oscar que fez as pessoas se agredirem nas salas de cinema na Netflix Divulgação / Focus Features

Últimos dias para assistir ao ganhador do Oscar que fez as pessoas se agredirem nas salas de cinema na Netflix

Emerald Fennell, atriz conhecida por sua participação em “The Crown” e contribuição em “Killing Eve”, surpreendeu ao estrear na direção com “Bela Vingança”, vencedor do Oscar de melhor roteiro original em 2020. Carey Mulligan brilha como Cassandra, uma jovem cujas noites são dedicadas a um propósito peculiar e vingativo. Ao explorar bares, Cassandra simula embriaguez para confrontar homens que a subestimam, transformando sua aparente vulnerabilidade em um instrumento de justiça.

O filme, que mescla tragicomédia e elementos de thriller sombrio, desenrola-se com cuidado, revelando gradualmente as motivações de Cassandra. Uma ex-aluna de medicina, ela abandonou um futuro promissor após a trágica morte de sua melhor amiga, Nina, vítima de estupro em uma festa universitária. Esse evento traumático molda a busca de Cassandra por justiça, e sua vingança torna-se uma narrativa envolvente que cativa o espectador.

O romance aparentemente promissor com Ryan (Bo Burnham), um médico pediatra, oferece a Cassandra a esperança de deixar o passado para trás. Contudo, um vídeo revelador, compartilhado por uma antiga amiga, desencadeia uma reviravolta. O clipe, mostrando a violência contra Nina, reacende o ímpeto vingativo de Cassandra. O filme, portanto, explora não apenas questões de vingança, mas também a luta contra a impunidade de agressores respeitados pela sociedade.

O título original, “Young Promising Woman”, e o enredo são inspirados em eventos reais relacionados ao caso de Brock Turner, um aluno da Universidade de Stanford condenado por agressão sexual. A diretora, antes da estreia oficial em Sundance, exibiu o filme em sessões experimentais para observar reações controversas, chegando a testemunhar discussões acaloradas entre espectadores. Essa antecipação de polêmicas revela a abordagem ousada de Fennell.

Carey Mulligan, uma atriz reconhecida por papéis marcantes, como em “O Grande Gatsby” e “Educação”, entrega uma atuação extraordinária como Cassandra. Sua interpretação carrega sarcasmo, ressentimento e autoconfiança, prendendo a atenção do público do início ao fim. A indicação ao Oscar, a segunda de sua carreira, destaca a maestria com que ela personifica uma personagem complexa e multifacetada.

“Bela Vingança”, que está na Netflix, não só marca a estreia promissora de Emerald Fennell como diretora de longa-metragem, mas também evidencia a importância de histórias audaciosas e relevantes, impulsionadas por performances cativantes. O filme não se limita a entreter; ele desafia convenções e destaca a necessidade contínua de abordar questões sociais de maneira provocativa e reflexiva.

A estreia de Fennell na direção de longa-metragem é marcada por uma abordagem política, revelando as complexidades de um sistema que muitas vezes protege os culpados. A trama, envolvendo reviravoltas e questionamentos morais, mantém o público intrigado e refletindo sobre as nuances da justiça e da vingança. A habilidade de Fennell em equilibrar elementos de comédia, tragédia e thriller sombrio destaca sua versatilidade como cineasta estreante. O filme não se contenta em seguir fórmulas previsíveis, surpreendendo o espectador com sua imprevisibilidade e originalidade.

Em resumo, “Bela Vingança” não é apenas um filme, mas uma declaração arrojada que desafia normas e estimula discussões urgentes. A narrativa, aliada à atuação impactante de Mulligan, contribui para a relevância duradoura da obra. Fennell não apenas entra no cenário cinematográfico como uma diretora promissora, mas também como uma voz provocativa que exige reflexão e ação diante das questões exploradas. O filme transcende o entretenimento, tornando-se uma peça crucial na tapeçaria das produções contemporâneas que desejam impactar e provocar mudanças.