Último dia para assistir na Netflix ao romance que vai derreter seu coração, renovar sua fé no amor e curar sua alma Divulgação / 20th Century Fox

Último dia para assistir na Netflix ao romance que vai derreter seu coração, renovar sua fé no amor e curar sua alma

“Amor e Outras Drogas” desdobra-se como uma reflexão profunda sobre a dinâmica dos relacionamentos sob o véu de uma comédia romântica. A história entrelaça as vidas de um homem impulsionado pela ambição e de uma mulher enfrentando adversidades com uma graça incomum, demonstrando como o amor pode emergir em terrenos improváveis.

Edward Zwick, conhecido por sua habilidade em capturar a essência das relações humanas, mergulha no universo de um casal cuja conexão transcende a necessidade de um narrador. Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal, reeditando a química vista em “O Segredo de Brokeback Mountain”, entregam performances que mesclam coesão e singularidade, reminiscentes dos personagens icônicos daquele drama.

No filme, Gyllenhaal é Jamie Randall, um vendedor de farmácia cheio de charme e determinação, cujo maior desejo é ascender profissionalmente. Ambientado no final dos anos 90, o enredo beneficia-se de elementos nostálgicos, como os trajes típicos da época e o fenômeno do Viagra, pintando um retrato vívido de uma era marcada por revoluções tanto médicas quanto sociais.

A complexidade de Randall é explorada através de suas interações e conflitos éticos, especialmente contra o pano de fundo da competição no setor farmacêutico. Sua trajetória complica-se ainda mais quando ele encontra Maggie Murdock, interpretada por Hathaway, cujo diagnóstico de Parkinson desafia a superficialidade de suas conquistas anteriores.

A relação entre Randall e Maggie, inicialmente marcada por desconfiança e conflito, evolui de maneira inesperada. Zwick navega pelas nuances desse relacionamento com uma mistura de urgência e sensibilidade, embora essa abordagem, por vezes, simplifique as complexidades envolvidas.

A inclusão de Josh, o irmão de Randall, interpretado por Josh Gad, adiciona uma camada de humor e humanidade, contrastando com a gravidade do Parkinson. Esse equilíbrio entre leveza e profundidade é uma das marcas do filme.

À medida que a história se desenrola, Randall e Maggie confrontam-se com a realidade implacável da doença e as escolhas difíceis que ela impõe. Zwick utiliza a dinâmica de um grupo de apoio a portadores de Parkinson para explorar temas de amor, perda e resiliência, enriquecendo a narrativa com uma dose de realismo emocional.

O filme, embora ancorado nas raízes da comédia romântica, não se furta a mergulhar em questões mais densas e existenciais. Hathaway e Gyllenhaal conseguem, com suas atuações, conferir uma dignidade rara a essa história de amor, marcada tanto pelo riso quanto pela reflexão.

“Amor e Outras Drogas” é, no fim das contas, um lembrete do poder transformador do amor, mesmo quando confrontado com as adversidades mais desafiadoras. Através da jornada de Randall e Maggie, Zwick oferece uma visão otimista, ainda que realista, sobre a capacidade do amor de transcender as barreiras da doença e do destino.


Filme: Amor e Outras Drogas
Direção: Edward Zwick
Ano: 2010
Gêneros: Comédia/Romance
Nota: 8/10