Abaixo a vocêfobia dos gramáticos!

Abaixo a vocêfobia dos gramáticos!

 “Você” é um pronome de tratamento que deriva de “vossa mercê”, que depois passou pelo “vosmecê”, pelo “vancê” e finalmente chegou ao “você”. E a partir daí, o “você” ganhou o mundo e principalmente a língua do brasileiro. “Você” ficou cada vez mais popular, a ponto de tomar totalmente o lugar do “tu”.

Então por que não dar uma promoção ao “você”? Por que “você” não assume o seu real papel na língua brasileira e passa a ser pronome pessoal oficial no lugar do “tu”? Por que ainda se ensina o “eu, tu, ele, nós, vós, eles”? Que tal assumir de vez no Brasil o “Eu, você, ele, nós, vocês, eles”?

Para que ainda existe o “vós”, que no Brasil só se usa como plural de vó? Tu vais, vós ides? Tu foste, vós fostes? Tu estás brincando? Vós estais de sacanagem?

Sempre vai ter alguém para dizer: “Ah, mas em alguns poucos lugares ainda se usa o Tu”. Tudo bem, mas na maioria das vezes que o brasileiro usa o tu é tomando o lugar do “você”! É um tal de tu vai, tu ia, tu faz, tu fazia. É o “tu” se fingindo de “você”, tentando desesperadamente ocupar um espaço que perdeu.

Não adianta, “Você” e “Vocês” são os preferidos dos brasileiros. “Você” e “Vocês” deveriam ser titulares na lista dos pronomes pessoais, mas não conseguem assumir os seus papeis, ocupados pelo “tu” e pelo “vós”, pronomes pessoais amparados apenas na tradição, família e propriedade. Isso é um absurdo!

O “Você” e o “Vocês” se sentem desprezados, excluídos, vítimas de preconceito! Sofrem de uma verdadeira Vocêfobia dos gramáticos que se acham donos da nossa língua, essa é a verdade!

Fora o “Tu” e o “Vós”! Pela promoção do “Você” e do “Vocês” a pronomes pessoais oficiais! Chega de esquentar o banco para titulares que são ex-pronomes em atividade!

Você já sabe que o “Tu” já devia ter se aposentado há muito tempo. Vocês já entenderam que o “Vós” já deveria ter voltado para Portugal para curtir a sua aposentadoria.

Fora o “Eu, tu, ele!” Viva o “Eu, você, ele!” Fora o “nós, vós, eles!” Que venha o “Nós, vocês, eles!”