Mistério perturbador com Halle Berry e Bruce Willis, na Netflix, vai bugar seu cérebro e brincar com suas emoções Divulgação / Revolution Studios

Mistério perturbador com Halle Berry e Bruce Willis, na Netflix, vai bugar seu cérebro e brincar com suas emoções

Diretor de episódios de “House of Cards”, além dos aclamados “O Sucesso a Qualquer Preço” e “Caminhos Violentos”, James Foley também é o nome por trás da franquia de “50 Tons de Cinza”, que apesar de rechaçados pela crítica se tornaram uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Seu estilo está naturalmente ligado a filmes sensuais e misteriosos. Por isso, não é de surpreender que seja ele a segurar a batuta de “A Estranha Perfeita”, thriller com Halle Berry, Bruce Willis e Giovanni Ribisi, lançado em 2007.

Originalmente ambientado em Nova Orleans, o enredo teve de ser adaptado para Nova York depois que Luisiana foi atingida pelo furacão Katrina, impedindo as gravações por lá. A história gira em torno de Rowena Price, uma jornalista investigativa que assina sob o pseudônimo de David Shane. Após ter um furo sobre um senador censurado no jornal em que trabalha, ela se demite. No mesmo dia, mais tarde, ela reencontra Grace (Nicki Aycox), uma amiga de infância no metrô. Ela lhe oferece documentos sobre um escândalo envolvendo o figurão do mundo da publicidade Harrison Hill (Bruce Willis).

Uma semana mais tarde, a mãe de Grace telefona para Rowena dizendo que a filha está desaparecida e que há um corpo que corresponde às descrições dela esperando por reconhecimento no Instituto Médico Legal. Rowena vai até lá e confirma a morte da amiga. Grace foi brutalmente assassinada e seu corpo contém sinais de violência, envenenamento por beladona, além de terem tentado esconder seu corpo no oceano.

Rowena acredita que a morte da amiga tem a ver com o escândalo relacionado a Hill. Ela acha que Grace foi morta como tentativa de silenciamento. Então, Rowena consegue um emprego temporário na agência de Hill, onde pretende se aproximar do executivo para investigar a verdade.

Hill tem um extenso histórico de casos extraconjugais. Todas as funcionárias sedutoras de seu escritório acabam sendo demitidas por influência de sua esposa, que quer mantê-lo longe de novos escândalos. Apesar disso, Rowena consegue furar o bloqueio e se aproximar do empresário, com quem começa a ter encontros e secretos. Toda a investigação é conduzida com ajuda de Miles, um ex-colega hacker do jornal.

No entanto, conforme a trama intricada se desenrola, reviravoltas mudam o desfecho da história, mostrando como a narrativa da protagonista nem sempre é confiável e como há mais situações que se camuflam em meio ao mistério. Com uma atmosfera crescente de suspense psicológico, o enredo de Todd Komarnicki nos coloca em um labirinto lógico e moral, onde desvendar o caminho certo não é tão fácil quanto parece. “A Perfeita Estranha” ainda inclui elementos tecnológicos, que nos fazem sentir em uma espécie de futuro cibernético, embora a trama se passe nos dias atuais. Além disso, há uma estética sombria e noir que ajudam a amplificar a tensão.

Com ângulos de câmeras propositalmente incomuns para causar desconforto, além dos abusos de closes, a fotografia também utilizade sombras e reflexos para aumentar a sensação de paranoia e incerta. Espelhos e janelas sugerem dualidades ou informações ocultas. Tudo isso contribui parar que o filme brinque com a mente do espectador, desafiando-o a enxergar além das entrelinhas. Embora não tenha sido recebido com muitos elogios da crítica, “A Perfeita Estranha” é um suspense eficiente, perturbador e intrigante.


Filme: A Perfeita Estranha
Direção: James Foley
Ano: 2007
Gênero: Suspense
Nota: 8/10