A cativante história da Netflix: mais viciante que café e tão acolhedora quanto uma segunda família Divulgação / Netflix

A cativante história da Netflix: mais viciante que café e tão acolhedora quanto uma segunda família

“Chesapeake Shores” é uma série de seis temporadas produzida pela Hallmark e criada por John Tinker e Nancey Silvers. Ela é baseada na série homônima de livros, escrita por Sherryl Woods. No ar desde 2016, o programa de televisão se tornou um dos mais queridinhos do público, atravessou a pandemia e sobreviveu até 2022, quando seu cancelamento foi anunciado, deixando muitos espectadores frustrados.

O drama familiar multigeracional gira em torno de Abby (Meghan Ory), uma executiva de Nova York que retorna à cidade de sua família para ajudar sua irmã mais nova, Jess (Laci J Mailey), a terminar a reforma da casa que comprou para transformar em pousada e renegociar sua dívida com o banco. Embora Abby tenha se tornado tudo que sonhou durante a adolescência, ela percebe que sua vida não tem a deixado realmente feliz. Divorciada e sempre ocupada, ela gasta mais tempo em seu trabalho do que cuidando de suas duas filhas, Carrie (Kayden Magnuson) e Caithyln (Abbie Magnuson).

Quando Abby retorna à Chesapeake Shores, cidade que seu pai e avô ajudaram a construir, percebe a mudança de ritmo em relação à Nova York. O baque permite com que ela se dê conta de que está perdendo os momentos mais preciosos da infância de suas filhas, assim como ocorreu com seu pai. Abby, que também é irmã de Bree (Emilie Ullerup), Kevin (Brendan Penny) e Connor (Andrew Francis), relembra situações traumáticas que ela e seus irmãos viveram em sua casa de infância, antes, durante e depois da separação dos pais.

A primeira temporada da série se dedica a reunir a família e fazê-la confrontar dores de seu passado, especialmente da partida da mãe, Megan (Barbara Niven), e da rotina ocupada do pai, Mick (Treat Williams). Também vemos Abby reencontrar seu amor de adolescência, Trace (Jesse Metcalfe), com quem tem uma história sem desfecho e lutar pela guarda das filhas com o ex-marido, Wes (Michael Karl Richards).

Abby partiu para Nova York depois que terminou o ensino médio para fazer faculdade. Seu sonho sempre foi viver na cidade grande e viver uma vida agitada. Já Trace era um jovem músico sonhador que, depois de ter sido abandonado por Abby, decidiu ir para Nashville tentar a sorte na vida artística. O plano até deu certo por um tempo, mas quando fazer música se tornou um fardo físico e emocional para ele, Trace decidiu abrir mão de tudo e retornar para Chesapeake Shores. É quando, então, que ele e Abby se reencontram, depois de anos afastados. O casal tem a oportunidade de dar um desfecho para sua história.

Durante toda a primeira temporada, o público tem oportunidade de conhecer um pouco sobre a história de cada personagem, se familiarizar com eles, se identificar, compreender sua jornada, suas dores e seus desafios. Acima de tudo, “Chesapeake Shores” é uma série sobre as relações entre as pessoas e sobre como nenhuma família é perfeita. Vale ressaltar que a Hallmark é conhecida como uma emissora conservadora, então “Chesapeake Shores” aborda bastante a tradição da família O’Brien e seu impacto na pequena cidade onde cresceram.

Ao longo das seis temporadas, a série passou por muitas transformações, mudou algumas pessoas do elenco e contou diversas histórias que comoveram o público e fizeram muitas pessoas se apegarem aos seus personagens. Essa série tem o estilo de novela. É longa, cheia de mudanças nas trajetórias, muitos rostos e nomes para decorar, mas cada vez nos sentimos mais aconchegados por ela, como se fizéssemos parte do mesmo universo.


Série: Chesapeake Shores
Criação:  John Tinker e Nancey Silvers
Ano: 2016
Gênero: Drama/Romance
Nota: 7/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.