A revista Bula reuniu em uma lista cinco filmes do catálogo do Amazon Prime Video que são diamantes para os olhos e a alma — e uma luz para quem precisa de uma boa dose de ânimo. Na lista, apenas diretores consagrados com filmes cultuados pela crítica e pelo público: “O Lado Bom da Vida” (2012), de David O. Russell; “Namorados para Sempre” (2011), de Derek Cianfrance; “The Tree of Life” (2011), de Terrence Malick; “O Escafandro e a Borboleta” (2007), de Julian Schnabel; e “Tomates Verdes Fritos” (1991), dirigido por Jon Avnet. As sinopses são de Giancarlo Galdino e os filmes estão classificados por ordem alfabética.
Imagens: Divulgação / Reprodução Amazon Prime Video
Bradley Cooper e Jennifer Lawrence são os grandes responsáveis pelo sucesso de “O Lado Bom da Vida”, graças à alquimia mágica a que dão corpo em cena. Pat Solitano (Cooper) é um sujeito bipolar que explode em uma crise e por pouco não mata alguém. Tiffany (Lawrence), uma mulher agressiva, que não supera a morte inexplicável do marido. Esses mundos tão semelhantes e tão particulares se chocam no início, mas eles percebem que somente juntos podem levar adiante a vida.
Cindy e Dean se conhecem por acaso, se apaixonam e casam-se; depois de cinco anos de união, a relação se esgota e o peso da convivência entre esses dois novos intrusos nas vidas um do outro se nota claramente na postura da protagonista, a sempre impecável Michelle Williams, uma das grandes atrizes de sua geração. O plot desse segundo longa de Derek Cianfrance é o fim, dos namoros, dos casamentos, da própria vida, e como lidar com a finitude.
Os três filhos do casal O’Brien foram criados sob a mesma mão de ferro pelo pai. O primogênito Jack sempre teve atritos com o chefe da família, em grande medida por reconhecer na sua própria personalidade alguma coisa de seu velho. Ao se tornar adulto, Jack ainda terá de lidar com um forte sentimento de culpa por não ter conseguido evitar a morte do irmão. Um drama de família tão triste quanto profundo, em que nenhuma palavra ou gesto é casual ou gratuito. Mérito do preciosista Malick.
Jean-Dominic Bauby, editor da revista “Elle” francesa, sofreu um derrame cerebral e, de uma hora para a outra, perdeu tudo, inclusive aquilo com que ganhava a vida. Não consegue mais se comunicar como antes, nem andar, nem comer e o universo repleto de glamour do trabalho que o locupletava está completamente interditado para ele. Passou a depender de um “escafandro”, um tubo acoplado à sua traqueia, para se manter vivo. A história do jornalista é uma lição de como dar aos problemas a dimensão que queremos. Para quem não tem receio de filmes com personalidade e aprecia um diretor de estilo próprio, “O Escafandro e a Borboleta” é magnífico.
Uma dona-de-casa com graves problemas emocionais só consegue sufocar suas mágoas com comida. Toda semana, ela e o marido — que lhe devota um elaborado desprezo — visitam num hospital uma tia dele — que também não tem por ela a menor consideração, não permitindo sequer que entre no quarto. Numa dessas torturantes esperas, como que por encanto, surge na vida dessa mulher amargurada e sem mais qualquer esperança de ser feliz a doce figura de Ninny Threadgoode, uma debilitada e gentil octogenária que lhe conta umas histórias e faz com que ela acorde para a vida.