De Billie Holiday a Louis Armstrong: milhares de discos raros para download gratuito

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Como tudo na vida está sempre mudando, a forma de se ouvir música mudou também. O disco como o conhecíamos — que não registrava à perfeição o que se imprimia sobre ele, tão cheio de ruídos capazes de ferir susceptibilidades sonoras mais aguçadas chegava às lojas — deu lugar a outros formatos. Primeiro, o sucedeu o K7, depois o CD, e, em seguida, começaram a pipocar as mais diversas maneiras, muito mais tecnológicas graças à inteligência artificial, como o MP3, o IPod e as plataformas voltadas especificamente para o segmento, caso do Spotify.

O bom e velho 33 1/3 rpm (revoluções por minuto), popularizado a partir de 1948, ainda é fabricado hoje, e, claro, era a boa nova após uma série de discos de diferentes tamanhos e velocidades. O primeiro formato, de 1898, girava a 78 rpm e se tornou o padrão na década de 1920, quando ainda não havia sido criado o vinil e os discos eram feitos de borracha, goma-laca (extraída de um besouro) e outros materiais.

O Internet Archive — celebrizado por tornar acessíveis registros fonográficos de inestimável valor artístico e que grande parte dos musicólogos, historiadores e jornalistas especializados julgavam perdidos para sempre — foi estendido. Em parceria com a empresa de preservação de mídia George Blood LP, o Internet Archive conseguiu digitalizar mais de 250 mil gravações.

O processo envolve muito mais do que reproduzir todos os discos em um computador, principalmente por causa da má conservação de muitos deles. Cada registro é limpo com a ajuda de uma máquina que borrifa água destilada em sua superfície. Depois, uma pequena mangueira a vácuo suga a água, eliminando qualquer sujeira residual que possa ter se acumulado nas ranhuras. Os discos são, então, fotografados para que pelas etiquetas sejam incorporados ao banco de dados do arquivo. Essa fase do processo é manual.

Começa a digitalização propriamente. Cada disco é gravado com quatro estiletes ao mesmo tempo: uma vez que o 78 rpm nunca teve um tamanho de ranhura padronizado, o resultado será um som ligeiramente discrepante do original, mas o ouvinte pode escolher qual deles mais o agrada. O Internet Archive também possibilita que se acompanhe cada etapa.

A equipe observou que 80% da coleção foram produzidos pelas big five, as cinco maiores gravadoras à época (Columbia, RCA Victor, Decca, Capitol e Mercury). Entretanto, há registros de outras 1.700, responsáveis pela confecção de discos cujas capas primam pelo bom gosto estético e, claro, pela excelência da música em si. Entre tanta coisa boa, destacam-se “La Vie en Rose”, de Edith Piaf; clássicos de Glenn Miller; pérolas de Louis Armstrong; raridades de Billie Holiday; mambos de Xavier Cugat e Perez Prado; ritmos do Havaí e canções turcas.

Esses discos eram os MP3s, Spotify e Youtube do tempo de nossos pais, avós e bisavós e, agora, nós também podemos usufruir de músicas de cuja existência nem suspeitávamos — e de graça.

Para realizar o download, basta escolher o álbum desejado e selecionar a opção de formato no lado inferior esquerdo da tela, que pode ser TIFF, M3U, MP3, Torrent e FLAC.

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