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Aos poucos e lamentavelmente, Bruce Willis se vai tornando uma pálida lembrança no dia a dia de Hollywood. O astro de “Duro de Matar” (1988-2013) foi a figura central de algumas produções que, ninguém imaginava, tiveram o peso de uma longa e melancólica despedida. É assim em “No Lugar Errado”, o thriller de Mike Burns em que, de novo, o ator encarna um tipo entre ambivalente, bonachão e explosivo, às voltas com os dois grandes dramas que fazem de sua rotina um inferno.

Vez ou outra, Hollywood acerta no tratamento mais assertiva e menos condescendente dispensado a sicários incorrigíveis, desses que matam por esporte e por prazer, como se assiste em “Sangue no Gelo”, thriller que tem por matéria-prima o lado desconhecido das ocorrências envolvendo matadores. Em sua estreia em longas, Scott Walker vai além do óbvio ao mostrar com destemor o calvário de um detetive que tenta botar na cadeia um assassino de prostitutas.

Em “O Autor”, dirigido por Manuel Martín Cuenca, acompanhamos Álvaro, um notário em crise que descobre um talento peculiar para manipular pessoas. Lançado em 2017 e inspirado na obra de Javier Cercas, o filme explora as complexidades e as misérias da criação literária através da vida tumultuada de Álvaro, enquanto ele abandona sua rotina para se aventurar no incerto mundo da escrita, desvendando sua capacidade em influenciar a realidade ao seu redor.

Em “Não Olhe para Cima”, o diretor Adam McKay captura o zeitgeist de uma era definida pela incerteza e pelo cinismo através de uma história cativante. Lançado em 2021, o filme mergulha no caos emocional e administrativo provocado pela descoberta de um cometa que ameaça extinguir a vida na Terra. Com humor ácido e crítica social, McKay desdobra a trama em um cenário onde a incompetência política e a desinformação se tornam tão perigosas quanto o desastre natural.