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50 frases de Carlos Drummond de Andrade para carregar no bolso

50 frases de Carlos Drummond de Andrade para carregar no bolso

O lendário poeta interplanetário, Carlos Drummond de Andrade, emergiu sob a tutela de um peculiar anjo torto na pitoresca cidade de Itabira, em Minas Gerais. Longe de ser apenas mais um nome na vastidão literária, Drummond redefiniu os caminhos da poesia, desafiando e inspirando várias gerações de poetas. O multifacetado Drummond não se restringiu à poesia: destacou-se como contista, cronista e, certamente, como um habilidoso frasista capaz de sacudir as estruturas literárias do mundo.

 Lusco-Fusco e a arte luminosa de Assucena Natalia Mitie / Divulgação

 Lusco-Fusco e a arte luminosa de Assucena

Naquele instante em que já não é mais dia nem é noite ainda, como na primeira horinha da manhã em que o sol inda não deu as caras mas um raio apressado entrega o dia que chega, nesse momento há um intervalo luminoso, uma luz que banha o mundo e a ela alguém deu o nome lusco-fusco. No anoitecer e no amanhecer, é como a mudança se anuncia irreprimível, absoluta e peremptória. No lusco-fusco.

Oldboy: a pedagógica tragédia de Park Chan-wook Divulgação / Neon

Oldboy: a pedagógica tragédia de Park Chan-wook

Há algumas semanas, tive a oportunidade de assistir “Oldboy” em uma tela de cinema. Já havia visto o filme outras vezes, mas sempre pelo computador. A experiência, é claro, foi muito mais impactante. A sala de cinema, com seu breu artificial e seu imponente ecrã, como que convida o expectador a imergir em cada “frame”. Nelson Rodrigues dizia que a cama é um móvel metafísico, onde o homem nasce, dorme, sonha, ama e morre. O mesmo poderia ser dito da poltrona de cinema, com a diferença de que nela esse ciclo se completa ao tempo de uma sessão.

Eu conspiro contra o universo

Eu conspiro contra o universo

Não me casei. Não me casei porque não quis. Perdi o juízo aos 38. Tinha passado incólume pelo ímpeto de me atirar de um tédio sobre os braços invisíveis do esquecimento. Sempre fora uma famosa ninguém, uma célebre em nada, uma PhD em pessimismo e neurastenia. A partir de tal ruptura emocional, a primeira atitude que me ocorreu, enquanto persona desajustada, foi aposentar o relógio de pulso nalgum canto da mobília. Recebera como herança um diagnóstico reservado e o relógio de bolso do meu avô paterno, o qual foi solenemente esquecido num poço insondável da minha memória.

“Os Substitutos”, de Bernardo Carvalho, expõe o fim do mundo Divulgação / Pablo Saborido

“Os Substitutos”, de Bernardo Carvalho, expõe o fim do mundo

A boa ficção se preocupa em apenas expor situações e personagens, sem a necessidade de apresentar provas. Quem documenta e busca comprovações são os cientistas e os jornalistas. Ao fazer a exposição da realidade, o artista chega antes dos outros (a ciência, sobretudo) a uma verdade. No Brasil, o escritor Bernardo Carvalho é um dos mestres do jogo ficcional que se aproxima e se afasta do “real”. Ele desconfia do chamado realismo e luta contra a ideia de escrita como registro. “A verdade está perdida entre todas as contradições e os disparates”, escreveu ele no romance “Nove Noites” (2002).