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A casa e a grande reforma

A casa e a grande reforma

Meu sonho de uma noite de verão foi e tem sido reformar minha casa. Essa ideia me persegue há muito tempo. Mas, como morava e trabalhava em outra cidade, em outro estado, não fazia sentido investir todo meu limite de empréstimo, minha disposição e minhas amizades nesse empreendimento. Depois da minha ida a Portugal, que já faz mais de 2 anos e meio do início, essa é minha fixação mais inconsciente. Talvez tenha percebido isso só agora, apesar de estar constantemente na minha lista de desejos.

Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Ambientado nos primeiros anos após a Segunda Guerra Mundial, o enredo nos transporta para as vastas e inóspitas terras ao longo da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Cole e Parham trabalham numa rústica fazenda de cavalos. O lugar torna-se o palco de uma das narrativas mais melancólicas da literatura americana. A vastidão e a beleza da paisagem, descritas com riqueza de detalhes — uma das marcas de McCarthy, à semelhança do que fez em “Meridiano de Sangue” —, compõem o cenário para a sombria e inimaginável jornada dos dois protagonistas.

Dias Perfeitos, de Wim Wenders, é um guia contra discursos de ódio Divulgação / Wenders Images

Dias Perfeitos, de Wim Wenders, é um guia contra discursos de ódio

Os tempos são de medo e desejo pelo fim do mundo. A festa do Oscar neste ano que o diga. O maior premiado foi o filme “Oppenheimer”, que traz o velho truque de mostrar a complexidade de figuras lamentáveis — no caso, o criador da bomba atômica. Já o prêmio de melhor filme internacional coube a “Zona de Interesse”, que conta a história da vida normalizada ao redor de um campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial. Em suma, o horror ou o sentimento de fim de linha dá o tom das coisas.

Teste de felicidade no sangue: POSITIVO

Teste de felicidade no sangue: POSITIVO

Mesmo sendo um profissional da área, chegava uma fase da vida em que a gente comemorava resultado de exame médico como se fizesse um gol de placa. Tipo soco no ar, dancinha espalhafatosa ou a camisa jogada para a galera. Que fase. Recebi com indisfarçável alívio a minha bateria de exames anais, ou melhor, a minha bateria de exames anuais. A despeito do fura-bolo do urologista — aquele colega frio e insensível — estava tudo bem comigo.

O diretor de Duna não gosta de diálogos. E daí? Nós gostamos!

O diretor de Duna não gosta de diálogos. E daí? Nós gostamos!

Eu realmente gosto do Dennis Villeneuve. “A Chegada” é um belo filme. E ele conseguiu fazer uma ótima continuação de “Blade Runner”, algo que parecia impossível. Mas ele falou uma bela, uma gigantesca bobagem em uma entrevista para o jornal “The Times of London”: “Eu odeio diálogo. Diálogo é pra teatro e televisão”. Se você, leitor, quiser ver um resumo da entrevista, procure por Denis Villeneuve + Movies Have Been Corrupted by Television.