Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Décimo oitavo (18º) livro lido em 2024: “Cidades da Planície” (Alfaguara, 408 páginas), do americano Cormac McCarthy. O primeiro livro da “Trilogia da Fronteira” que li foi o seu desfecho, em 2006, numa edição portuguesa da Relógio D’Água, traduzida por Paulo Faria. Com a publicação de uma nova edição no mercado editorial brasileiro, em fevereiro, pela Alfaguara, traduzida por José Antonio Arantes, decidi relê-lo.

O livro que encerra a trilogia de Cormac McCarthy reúne os personagens principais dos volumes anteriores: John Grady Cole, o carismático e solitário protagonista de “Todos os Belos Cavalos”, e Billy Parham, a alma errante de “A Travessia”.

Cidades da Planície, de Cormac McCarthy (Alfaguara, 408 páginas)

Ambientado nos primeiros anos após a Segunda Guerra Mundial, o enredo nos transporta para as vastas e inóspitas terras ao longo da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Cole e Parham trabalham numa rústica fazenda de cavalos. O lugar torna-se o palco de uma das narrativas mais melancólicas da literatura americana. A vastidão e a beleza da paisagem, descritas com riqueza de detalhes — uma das marcas de McCarthy, à semelhança do que fez em “Meridiano de Sangue” —, compõem o cenário para a sombria e inimaginável jornada dos dois protagonistas.

Desertos vastos e planícies infinitas, cidades esquecidas pelo tempo, nômades errantes sob o céu aberto, extensões de areia sem fim, cursos d’água serpenteando a paisagem — todos esses elementos se entrelaçam e convergem para uma narrativa brutal e hipnotizante.

Certa noite, alguns cowboys visitam um bordel na cidade mexicana de Juarez, onde John Grady Cole vê pela primeira vez Magdalena, uma garota de beleza arrebatadora que o encanta e por quem se apaixona perdidamente. Movido por esse amor desesperado, Grady desafia o destino — sem ponderar as consequências — para ficar com Magdalena.

À medida que enfrenta as incertezas do futuro, o laço de amizade e lealdade que o une a seu amigo da fazenda é posto à prova, tanto pelas escolhas que ele faz quanto pelos sonhos que ousa perseguir.

“Cidades da Planície” é, acima de tudo, um retrato tocante sobre os limites da paixão, a força da amizade e a inevitável passagem do tempo que molda o caráter dos homens e define seu lugar no mundo.

Um romance para ser lido, relido e para chorar. Ou, como afirma o “Washington Post” na quarta capa da edição brasileira: “Escritores como este competem com os próprios deuses”.


Livro: Cidades da Planície
Autor: Cormac McCarthy
Tradução: José Antonio Arantes
Páginas: 408 páginas
Editora: Alfaguara
Nota: 10/10