Órfã aos 3. Viúva aos 34. Antes de Drummond, ela reinventou a poesia. Aos 63, o câncer silenciou sua voz
Filha do Rio antigo, órfã cedo, criada pela avó açoriana, ela fez da discrição um modo de grandeza. Professora, jornalista, viajante atenta, atravessou a Primeira República, o Estado Novo e a redemocratização sem perder o compasso íntimo. Entre salas de aula e páginas, inventou uma disciplina afetiva para um país em construção. O casamento com o ilustrador Fernando Correia Dias rendeu parceria artística e uma dor que a vida não apagou. No fim, a doença estreitou os dias; o trabalho, nunca. Ficou a música baixa que organiza o mundo inteiro.