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10 canções fundamentais de Lô Borges: com certeza, isso quer dizer amor

10 canções fundamentais de Lô Borges: com certeza, isso quer dizer amor

Perdemos Lô Borges, um dos principais fundadores e mentores do movimento musical Clube da Esquina, em BH, no final dos anos 1960. Muito se tem falado e escrito a respeito Lô Borges, desde o lamentável anúncio da sua morte. Homenagens justas. Demonstrações de saudade. Reconhecimento. E a desagradável certeza de que os nossos ídolos estão sucumbindo ao apetite voraz do tempo que não poupa gênios e medíocres. Já que morreremos todos um dia, melhor ficar na companhia dos gênios.

Cinquenta anos depois, o Clube da Esquina ganha luto e eternidade com a morte de Lô Borges

Cinquenta anos depois, o Clube da Esquina ganha luto e eternidade com a morte de Lô Borges

Em Belo Horizonte, 1963, um violão na escadaria e uma cozinha acesa inventaram mais que um disco, inventaram uma linguagem. De encontros casuais nasceu Clube da Esquina, coletivo que Minas emprestou ao mundo. Cinquenta e três anos depois, a utopia sonora ainda reverbera, agora à sombra da morte de Lô Borges. Entre memória e luto, revisitamos gênese, gravação, a capa de Cafi e o legado de um país paralelo que a música alcançou antes da forma. Plena, persistente, necessária. Aqui.

O trem não parou. Lô Borges partiu. Belo Horizonte ainda canta baixinho na janela

O trem não parou. Lô Borges partiu. Belo Horizonte ainda canta baixinho na janela

Mineiro de Belo Horizonte, Lô Borges atravessou seis décadas de criação entre a esquina doméstica e a invenção coletiva de “Clube da Esquina”. Autor de melodias que ensinaram o país a escutar miúdo, lançou “Lô Borges” em 1972 e, nos últimos anos, voltou com inéditas em série. Internado em outubro, morreu no domingo, 2 de novembro de 2025, aos 73, com confirmação na manhã seguinte. Este perfil segue seus rastros: casas, vozes, discos e datas, onde a delicadeza resiste inteira.

A merencória luz da lua sobre o lábaro que ostentas estrelado

A merencória luz da lua sobre o lábaro que ostentas estrelado

A claque de esculápios assombrou-se com a ressuscitação inusitada do longevo, decrépito paciente. Ambrósio sentiu-se furibundo e taciturno ao mesmo tempo quando soube, sem ambages, pelos magníficos lábios da loquaz enfermeira chefe, uma beldade de raro rabo, que Noeme não suportara o interregno temporal da convalescença, acabara se afeiçoando e se casando com um médico intensivista que, priscas eras, pagava plantões naquela UTI onde ele permanecera inerte como uma tora durante cerca de três décadas.

José J. Veiga. O escritor que morreu duas vezes. O cânone o esqueceu. Os leitores o trouxeram de volta

José J. Veiga. O escritor que morreu duas vezes. O cânone o esqueceu. Os leitores o trouxeram de volta

Nasceu em 1915, entre Corumbá de Goiás e Pirenópolis, em Goiás; aprendeu o ofício em rádios e redações, antes de seguir para Londres, onde, de 1945 a 1949, falou ao Brasil pela BBC. Regressou, editou revista popular, cortou frases, ouviu a rua. Preferiu a discrição ao alarde, publicou tarde, manteve ritmo baixo. Em 1997, recebeu o Machado de Assis. Morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Ficou a figura do homem atento: voz baixa e trabalho persistente que evitavam palco.