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Órfã aos 3. Viúva aos 34. Antes de Drummond, ela reinventou a poesia. Aos 63, o câncer silenciou sua voz

Órfã aos 3. Viúva aos 34. Antes de Drummond, ela reinventou a poesia. Aos 63, o câncer silenciou sua voz

Filha do Rio antigo, órfã cedo, criada pela avó açoriana, ela fez da discrição um modo de grandeza. Professora, jornalista, viajante atenta, atravessou a Primeira República, o Estado Novo e a redemocratização sem perder o compasso íntimo. Entre salas de aula e páginas, inventou uma disciplina afetiva para um país em construção. O casamento com o ilustrador Fernando Correia Dias rendeu parceria artística e uma dor que a vida não apagou. No fim, a doença estreitou os dias; o trabalho, nunca. Ficou a música baixa que organiza o mundo inteiro.

Quatro filhos sepultados. Salário curto. Pulmões cansados. Morte aos 36. A história do poeta que venceu o esquecimento

Quatro filhos sepultados. Salário curto. Pulmões cansados. Morte aos 36. A história do poeta que venceu o esquecimento

Filho de ex-escravizados, nascido em Desterro em 1861, Cruz e Sousa recebeu letras por tutela ambígua e aprendeu cedo que talento encontra portas com trancas. Recusado como promotor em Laguna por ser negro, migrou para o Rio, onde trabalhou como arquivista da Estrada de Ferro Central do Brasil, escreveu à noite, casou-se com Gavita e enterrou quatro filhos. A tuberculose o levou a Minas; morreu em Curral Novo, aos 36, em 19 de março de 1898.

O menino de Belém do Pará que virou lenda. O doutor de Ribeirão Preto que ensinou o tempo a respirar. E o país também

O menino de Belém do Pará que virou lenda. O doutor de Ribeirão Preto que ensinou o tempo a respirar. E o país também

Chamava-se Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Corria pouco e via antes. O estádio aprendia seu atraso e respirava. A bola aceitava a luz baixa daquele olhar. A infância guardou livros, quintais, rádio de pilha. Depois vieram jaleco, assembleias, gestos que escreveram uma palavra maior. No Estádio de Sarriá, beleza e ferida. Em Florença, um nome que não esfriou. Na última manhã, silêncio e punhos erguidos. Ficou a lição simples e rara: estender a mesa, desacelerar o minuto, devolver ar às pessoas. E lembrar: coragem sabe pedir cuidado.

Algumas verdades sobre seriados

Algumas verdades sobre seriados

Assistir a séries é mergulhar em universos criados para entreter, mas também para revelar segredos da própria narrativa televisiva. Entre episódios que nada acrescentam, capítulos belíssimos visualmente mas rasos de enredo, finais que empolgam menos que os penúltimos e a temida terceira temporada que quase sempre desafia roteiristas, existe um padrão curioso. Quem acompanha várias produções percebe logo esses pontos em comum. E, apesar das críticas, esses truques narrativos sustentam as histórias, seguram audiência e mantêm viva a magia de cada série.

O avião tocou o solo antes da pista e pegou fogo. Ela tinha 27 anos. Antes, mudou como o Brasil vê as mulheres

O avião tocou o solo antes da pista e pegou fogo. Ela tinha 27 anos. Antes, mudou como o Brasil vê as mulheres

Filha de Niterói, nascida em 25 de março de 1945, Leila Diniz fez da própria vida uma afirmação sem catecismo. A juventude no Rio acendeu presença, humor, desejo e trabalho. A voz franca atravessou salas tímidas e virou assunto de país. Na orla, em 1971, sua gravidez à luz do dia instalou um espelho incômodo; no ano seguinte, a queda de um jato em Nova Délhi interrompeu o fôlego de quem começava a respirar por conta própria. Ficou um legado simples e exigente: alegria com responsabilidade, coragem cotidiana, sem bravata.