Nem só de continuações dispensáveis e franquias mortas‑vivas vive o cinema em 2025. No meio do bombardeio de crossovers desalmados, biografias de ídolos cuja existência mal lembramos e tentativas de reviver gêneros que deveriam continuar descansando em paz, surgiram cinco filmes que realmente justificaram o ingresso e até o streaming premium compartilhado com aquele parente suspeito.
Ler é um ato de amor. Mas às vezes, é também um ato de vingança. Porque não há sensação mais catártica do que atravessar trezentas páginas de metáforas mal alinhadas, reviravoltas implausíveis ou epifanias de autoajuda só pra depois poder olhar nos olhos de quem te recomendou e dizer, com toda propriedade do mundo: “eu li e achei um desastre”. Essa lista nasceu assim: de um impulso estético e rancoroso, com uma pitada de sadismo literário. Li cada obra até o fim. Gosto de sofrer com consistência.
Nem toda série nasce para ser apenas amada. Algumas chegam como avalanche emocional, outras como objeto de culto instantâneo, e há ainda aquelas que, de tão audaciosas, nos deixam divididos entre o aplauso, a denúncia e o cafuné. As produções recentes do streaming sabem que o espectador de 2025 não quer apenas entretenimento: ele quer impacto, meme, polêmica, uma frase de efeito por episódio e, de preferência, um colapso emocional leve, porém recorrente.
Cinco séries recém-lançadas nas plataformas de streaming chegaram com um tipo raro de apelo. Não são apenas bem escritas ou dirigidas. Tocam uma camada sensível da experiência cotidiana e se impõem com a força silenciosa do afeto e da perturbação. Impossível vê-las sem sentir algo rearranjado por dentro. Elas não gritam, mas também não passam despercebidas. E talvez seja justamente isso que as torne perigosas. Quando se percebe, já é madrugada, o corpo está imóvel no sofá e o mundo real parece uma distração incômoda.
Três séries recém-chegadas ao streaming têm causado mais do que simples entusiasmo. Elas não se limitam a entreter: sequestram a atenção, adiam tarefas, alteram o humor. Basta um episódio para o tempo começar a falhar. O segundo já é impulso. No terceiro, o mundo real se dissolve. Essas histórias não se assistem impunemente. Há algo nelas de perturbação e conforto, como quem se encontra numa febre. Elas emocionam, sim. Mas também inquietam. E quando acabam, ficam — como certos sonhos dos quais se acorda com saudade e desorientaçã
