A história do escritor brasileiro que ensaiou a própria ruína e saiu de cena antes do primeiro aplauso

A história do escritor brasileiro que ensaiou a própria ruína e saiu de cena antes do primeiro aplauso

Era como se escrevesse com o corpo. Ou contra ele. A língua que cuspia não obedecia à gramática dos vivos, nem dos mortos. Tinha um jeito de estar fora da sala mesmo quando era o centro da mesa. Falava atravessado, com os olhos meio fundos, meio ausentes. Ninguém sabia ao certo se estava fingindo ou dissolvendo. Talvez as duas coisas. O fato é que, quando lançou “PanAmérica”, em 1967, já parecia ter saído de si fazia tempo.

4 filmes que chegaram à Netflix nos últimos dias — do tipo que você termina e já pensa: preciso ver isso de novo Aidan Monaghan / Paramount Pictures

4 filmes que chegaram à Netflix nos últimos dias — do tipo que você termina e já pensa: preciso ver isso de novo

Quatro filmes recém-chegados à Netflix estão chamando atenção não apenas pelo peso dos títulos, mas por algo mais raro: a vontade de assistir de novo. São produções que, mesmo conhecidas, ganham outra leitura ao reencontrar o público no streaming. O impacto é diferente, a memória também. Entre grandes épicos, ficção científica e drama político, o que une essas estreias é menos o gênero e mais o efeito: são filmes que não se esgotam no primeiro olhar. E é justamente isso que os torna tão duradouros.

Há um filme na Prime Video que transforma exagero em poesia, mentira em memória e fantasia em verdade — e é impossível assisti-lo só uma vez Divulgação / Columbia Pictures

Há um filme na Prime Video que transforma exagero em poesia, mentira em memória e fantasia em verdade — e é impossível assisti-lo só uma vez

Em “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, Tim Burton tem toda a liberdade para fazer o que faz como nenhum outro diretor: inventar. Esmiuçando um tema aparentemente banal por 125 minutos, Burton conserva o interesse de  públicos variados ao abrir mão do tom gótico habitual e enveredar por uma abordagem lírica, mas não menos excêntrica e inventiva. Uma análise tão afetiva quanto engenhosa sobre como driblar a finitude.

5 histórias de amor na Netflix que parecem pequenas… até você se ver nelas Divulgação / Sony Pictures

5 histórias de amor na Netflix que parecem pequenas… até você se ver nelas

Desde os tempos antigos, o amor inspira mitos, tragédias, poemas, músicas, revoluções. Entretanto, tão sublime quanto monstruoso, o mais humano dos sentimentos é também terreno fértil para desencontros, mal-entendidos, brigas, separações, silêncios prolongados e promessas que se escrevem no mar, com o vento. Os cinco filmes da lista abaixo falam das inconstâncias e das perversões do amor, que por seu turno, jamais se cansa de lançar-nos ao rosto nossas mil vulnerabilidades. Mas se amar é sofrer, não amar o que é?

Jorge Amado e a volta da narrativa da nação Foto / Bernard Gotfryd

Jorge Amado e a volta da narrativa da nação

A obra de Jorge Amado ocupou ao longo de décadas uma posição curiosa na literatura brasileira. Simultaneamente foi consagrada pelo grande público e tratada com reticência por boa parte da crítica. Os romances conquistaram leitores aqui e em todo o mundo, mas, em muitos círculos intelectuais, eram vistos como folclorizantes, populistas ou datados por conta do viés político. A situação tem mudado sob novas lentes, com reconhecimento de sua importância histórica e o resgate da proposta narrativa. Um projeto literário que, no fundo, sempre enfrentou o desafio de imaginar o Brasil enquanto nação.