5 filmes na Netflix que vão mudar a forma como você enxerga a vida (e um deles foi inspirado por Nietzsche) Divulgação / Paris Filmes

5 filmes na Netflix que vão mudar a forma como você enxerga a vida (e um deles foi inspirado por Nietzsche)

Algumas obras cinematográficas não existem apenas para contar histórias, mas para despertar reflexões, confrontar preconceitos, resgatar memórias e, sobretudo, apontar as complexidades da vida. O catálogo da Netflix, em sua vastidão, guarda produções que não chamam atenção apenas pelo barulho das bilheterias, mas por sua capacidade de trazer narrativas profundas com questionamentos sobre humanidade e propósito.

Com Brad Pitt, o melhor filme de ação e mistério dos últimos 3 anos já está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Com Brad Pitt, o melhor filme de ação e mistério dos últimos 3 anos já está na Netflix

Num comboio que raramente desacelera, a luz não pertence a lugar algum, apenas às telas e aos anúncios que cintilam sem repouso. Rostos parecem moldados por figurinos de outra era; codinomes infantis disfarçam crueldades metódicas; parcerias funcionam como relógios desalinhados. O espaço curto exige choque, empurra encontros, testa códigos morais como quem conta piadas com lâmina. O artifício é assumido. A fisicalidade, incontornável.

Na Netflix, Blake Lively e Jude Law em um jogo de vingança que não dá respiro Divulgação / Paramount Pictures

Na Netflix, Blake Lively e Jude Law em um jogo de vingança que não dá respiro

Quando o cinema de ação abandona a fanfarra, resta o corpo em tensão e a respiração que falha. A câmera encosta no rosto que recusa brilho e transforma hesitação em método; em vez de prometer redenção, mostra processo, custo e consequência. Cada curva mal calculada, cada tiro atrasado, cada escolha sem glamour desenham disciplina sombria. O som substitui slogans, a proximidade expõe rachaduras. A jornada de uma sobrevivente encontra ritmo próprio e recusa manuais, preferindo risco, tato e uma ética da imperfeição, com responsabilidade a cada passo. Clara, sem atalhos.

Em 1938, após o último poema, a poeta que mudou a poesia argentina se jogou no Atlântico, em Mar del Plata

Em 1938, após o último poema, a poeta que mudou a poesia argentina se jogou no Atlântico, em Mar del Plata

Ao sul dos Alpes, uma menina deixa Sala Capriasca, Suíça, e encontra no Rio da Prata o idioma do sustento. Cresce entre San Juan e Rosario, aprende a fabricar abrigo com pouco. O pai morre, o dinheiro mingua, ela aceita fábrica, escritório, giz. Aos dezenove, Buenos Aires a recebe: grávida, sozinha, turnos longos, pensão, o filho Alejandro nos braços. De dia, aulas e jornal; à noite, páginas. Em 1935, o diagnóstico, a cirurgia, a cicatriz. Três anos depois, Mar del Plata, vento frio, consulta, presságio. A madrugada saberá do resto.

Beccaria gritou em 1764. O Brasil não ouviu. E ainda não ouve

Beccaria gritou em 1764. O Brasil não ouviu. E ainda não ouve

Cesare Beccaria, filósofo e jurista italiano do século 18, tornou-se referência ao defender que penas devem ser necessárias, proporcionais e públicas. Em 1764, sua intervenção iluminou o debate ao subordinar o direito de punir ao pacto social e à utilidade comum, rejeitando tortura, arbitrariedade e espetáculos de crueldade. Para ele, leis claras e julgamento célere reduzem o crime mais que castigos severos. Sua influência alcançou reformas na Europa e nas Américas, inspirando constituições, códigos e garantias processuais que ainda hoje orientam o ideal de justiça penal racional, efetiva e humana.