Para demonstrar que nem toda obra de Richard Linklater é uma obra-prima, “Assassino por Acaso” entrega entretenimento, mas sem atingir a genialidade usual do cineasta. Com roteiro coescrito pelo protagonista Glenn Powell, o filme é baseado em um artigo de não-ficção escrito por Skip Hollandsworth, publicado no “Texas Monthly”, que narra a história real de Gary Johnson, um professor de colégio entediado com sua rotina monótona, que passa a fazer bicos para a polícia.

“Terra Violenta” é um western que homenageia e ao mesmo tempo reinterpreta o legado de mestres do gênero como Sergio Leone, Don Siegel e Quentin Tarantino. West utiliza esses pilares como base para construir uma obra própria, imersa em um mundo selvagem e sem regras, onde o poder pertence aos mais fortes, e a moralidade é uma moeda rara. O ambiente apresentado é brutal, um lugar onde a lei inexiste e a sobrevivência depende da força e astúcia.

“Pieces of a Woman”, dirigido por Kornél Mundruczó, é um retrato intenso e visceral de um momento crucial na vida de um casal, explorando a complexidade emocional de um parto domiciliar que dá errado. Através de um plano-sequência imersivo e diálogos carregados de tensão, o filme revela a dor e a transformação de Martha Weiss, interpretada brilhantemente por Vanessa Kirby, em sua luta pela superação de uma tragédia devastadora.

Um casal de proletários distribui panfletos numa estação de trem diante de um repórter e seu cinegrafista. Numa só tomada, Keisuke Yoshida põe à mesa os dois assuntos mais espinhosos de que pretende tratar em “Desaparecimento”, um thriller sobre a insignificância de famílias pobres diante das urgências da sociedade do espetáculo, sempre ávida por entretenimento abundante a preços módicos, a despeito da integridade moral alheia. O diretor-roteirista frisa esses elementos tão contemporâneos para em seguida ligá-los ao que pode haver de mais primitivo no comportamento humano, obtendo um resultado inaudito.