Autor: Giancarlo Galdino

Um dos filmes mais injustiçados da história do cinema está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Um dos filmes mais injustiçados da história do cinema está na Netflix

“Lancelot, o Primeiro Cavaleiro” é um injustiçado. Em 1995, ano de estreia do filme de Jerry Zucker, outros dois romances medievais chegaram às telas dos cinemas do mundo todo, o que veio a empanar muito o brilho da saga lúbrica e mística de Lancelot, o mais insigne cavaleiro da Távola Redonda. Sem dúvida, o ponto alto do roteiro de David Hoselton, Lorne Cameron e William Nicholson é uma visão organicamente feminista do mito divulgado pelo francês Chrétien de Troyes (1135-1191) no poema “Lancelote, o Cavaleiro da Carreta” (1170).

Ignore a crítica e assista: filme com Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds, na Netflix, te agarra e não te deixa respirar Divulgação / Sony Pictures

Ignore a crítica e assista: filme com Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds, na Netflix, te agarra e não te deixa respirar

Filmes que, de uma forma ou de outra, tratam do homem, sua interação com o ambiente e as consequências mais deletérias desse fenômeno — o apocalipse, no pior cenário — já se tornaram o clichê por excelência do cinema mundial. Parece que diretores de todas as colorações ideológicas, professando fés as mais variadas ou fé nenhuma, com visões de mundo mesmo incoerentes com o ofício de que tiram o sustento são, de tempos em tempos, acometidos de uma descrença fundamental do existir, um incômodo que acaba por redundar em trabalhos escatológicos em todos os sentidos. “Vida” é mais um desses filmes, contornando aqui e ali lugares-comuns para resvalar em outras armadilhas muito próprias do gênero.

Futuro cult, suspense inquietante que acaba de chegar à Netflix é algo que você nunca viu igual Divulgação / Telfaz11

Futuro cult, suspense inquietante que acaba de chegar à Netflix é algo que você nunca viu igual

Quando filmes a exemplo de “Perdida no Deserto” ganham o mundo, renova-se a esperança de que a humanidade não seja um caso sem remédio. O debute do saudita Meshal Aljaser em longas requenta clichês usados com assiduidade em produções árabes, dando um jeito de inspirar na audiência uma inquietude também no que diz respeito à estética. Aljaser faz bom uso de todos os expedientes técnicos que consegue a fim de imprimir à história o encanto lúgubre que torna-se sua grande marca.

O filme da Netflix que vai te conquistar desde a primeira cena e lavar sua alma Divulgação / Sony Pictures Classics

O filme da Netflix que vai te conquistar desde a primeira cena e lavar sua alma

Com “Ella e John”, o diretor Paolo Virzì, do excelente “Capital Humano” (2013), apresenta uma história comovente, engraçada, analítica, melancólica e, sobretudo, bem contada, graças ao casal de protagonistas, veteranos com uma bagagem digna de registro. O roteiro do diretor e outros três colaboradores põe seus personagens-título num Winnebago 1975 branco com listras verdes, o caçador de diversão do livro de Zadoorian, e os despacha rumo ao norte dos Estados Unidos, tapeando a audiência quanto à ventura da empreitada até o derradeiro lance.

Suspense da Netflix, com Julia Roberts e Ethan Hawke, é o filme do momento JoJo Whilden / Netflix

Suspense da Netflix, com Julia Roberts e Ethan Hawke, é o filme do momento

“O Mundo Depois de Nós” é uma história em que nota-se abertamente a vontade de se tratar de um assunto que, pelo que se constata, vai ocupar as telas com frequência cada vez maior, o que pode acabar fazendo com que o tiro saia por onde não deveria. Esmail é dos raros diretores que conseguem juntar num mesmo pacote os laivos de autodestruição do homem, aparentemente só aparentemente — distantes da vida como ela é, a questões muito mais próximas do chão da realidade.