Autor: Euler de França Belém

George Orwell denunciou tanto o fascismo quanto o stalinismo na Espanha

George Orwell denunciou tanto o fascismo quanto o stalinismo na Espanha

George Orwell é um latifúndio “invadido” pela direita e pela esquerda. A riqueza e a diversidade do que escreveu se prestam ao uso político pelos extremos. A direita trata a obra de Orwell, sobretudo “1984” e “A Revolução dos Bichos”, como uma crítica corrosiva ao totalitarismo comunista — o de Stálin. A ressalva é que o jornalista e escritor não era “rival” tão-somente dos stalinistas.

Construção, de Chico Buarque, faz 50 anos e tocava em rádio devido ao jabá

Construção, de Chico Buarque, faz 50 anos e tocava em rádio devido ao jabá

Música é música, poesia é poesia. Mas quem há de contestar que “Construção” é um poema de primeira grandeza? Ninguém, por certo. Pode-se sugerir que resiste tanto como poema quanto como música. A letra é um espetáculo em si — o criador afia a língua como se estivesse a afiar um punhal para um duelo, sugerindo que forma e conteúdo, costurados por “fios” de diamantes, são uma coisa só —, e a música, que a potencializa, é um esplendor criativo.

O Leopardo, o livro que imortalizou a Sicília

O Leopardo, o livro que imortalizou a Sicília

“O Leopardo”, de Giu­sep­pe Tomasi di Lam­pedusa (1896-1957), é um dos mais importantes romances da Itália. Não deixa de surpreender que tenha se tornado best seller e suas frases, principalmente “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, tenham caído no linguajar popular. A prova de sua vitalidade é que no Brasil há cinco traduções do livro. O filme do diretor Luchino Visconti, conde italiano, é uma adaptação tão perfeita que parece ter sido dirigida pelo “espírito” do escritor siciliano. Fica-se com a impressão de que a película contém toda a história, ainda que condensada.

A fantástica história da elaboração e publicação do Dicionário Aurélio

A fantástica história da elaboração e publicação do Dicionário Aurélio

Manuel Bandeira convidou Aurélio para elaborar os “brasileirismos” das novas edições do “Pequeno Dicionário”. “Dedicava-se a buscar novas palavras, neologismos e abonações em escritores consagrados — e, a partir de 1951, como principal revisor, cuidou de fazer correções e atualizações, tarefa que conduziu até 1962.” O tradutor e crítico literário judeu húngaro Paulo Rónai passou a ajudá-lo. Aurélio queria mais. Com uma língua consolidada, falada por mais pessoas do que na ex-metrópole, Portugal, o Brasil estava à espera de um dicionário mais amplo e maduro.