Autor: Carlos Augusto Silva

O Silêncio de Drummond. A palavra de Bernini

O Silêncio de Drummond. A palavra de Bernini

De dois modos distintos, mas por caminhos paralelos, dois gênios aumentaram a vida do homem, pela dor, pelo amor, pela vida e pela morte. A célebre escultura “O êxtase de Santa Teresa”, do Italiano Gian Lorenzo Bernini. Temos também um poema deste que tanto era perito em poemas visuais. Trata-se de um curto — porém poderoso — terceto, chamado “Transverberação de Santa Teresa”, do poeta Carlos Drummond de Andrade.

Memória afetiva: os 110 anos do Teatro Municipal de São Paulo

Memória afetiva: os 110 anos do Teatro Municipal de São Paulo

Neste setembro o Teatro Municipal de São Paulo completou 110 anos de imensa e intensa contribuição ao imaginário paulistano, paulista e brasileiro, com a realização de todas as artes que nele puderam, e podem, ser encenadas. É um prazer perceber, nas finas tramas da sensibilidade, como a memória fundiu impressões e sensações a fim de criar um todo novo, vívido, feito de muitas artes, em uma memória incomensurável de força comunicativa e afetiva.

Central do Brasil, de Walter Sales: uma bula para o Brasil

Central do Brasil, de Walter Sales: uma bula para o Brasil

Dora, personagem de Fernanda Montenegro em “Central do Brasil”, filme de Walter Salles, é uma de nossas maiores alegorias, e talvez a mais anedótica. A personagem, criada pelos roteiristas João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, e pela direção de Walter Salles, é, sobretudo, uma composição sofisticada da atriz Fernanda Montenegro, que captou e ampliou todos os relevos desta personalidade sui generis.

Carta a Proust (por seus 150 anos)

Carta a Proust (por seus 150 anos)

Não me sinto confortável em parabenizá-lo formalmente, Marcel Proust. Como um acadêmico que pesquisa, de maneira oficial, a sua obra, vejo-me em uma posição nada cômoda nesse dia 10 de julho de 2021, quando se comemora os 150 anos de sua chegada entre nós, de seu nascimento, em Auteil, nos arredores de Paris.

Preferência não se discute; gosto, sim

Preferência não se discute; gosto, sim

A atuação da crítica literária junto a leitores, intelectuais, jornalistas, está cada dia mais irrespirável. Ser crítico literário, estudar a literatura de forma acadêmica, está se tornando algo tão complicado quanto apoiar o aborto, a legalização das drogas e a discussão a respeito do casamento gay. Politicamente correto é não se importar com a teoria, lixar-se para a tradição, mandar às favas qualquer crítica ou crítico produzido nos corredores da academia, sejam eles estruturalistas ou formalistas, ligados às teorias do imaginário ou às correntes dos estudos culturais.