A aguardada terceira temporada de “Bridgerton” chegou com a promessa de renovar sua narrativa já consagrada, mas será que o brilho desse universo ainda encanta ou começa a se apagar? Desde suas inconfundíveis estampas florais até o luxo barroco que remete a um conto de fadas, a série conquistou o público com uma atmosfera carregada de charme e, claro, uma sensualidade inegável. Agora, com a Netflix liberando os primeiros quatro episódios, é possível analisar se a essência que tanto cativou permanece ou está cedendo ao desgaste.
Desde o início, cada temporada trouxe um casal protagonista envolvente. Primeiro, Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor) e Simon Basset (Regé-Jean Page) deram o tom inicial, enquanto a segunda temporada destacou Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) e Kate Sharma (Simone Ashley) em uma paixão conturbada, mas irresistível. As duas temporadas mantiveram a tradição de apresentar o “diamante da temporada”, a jovem mais notável escolhida pela rainha Charlotte (Golda Rosheuvel), conferindo um ar de competição social elegante.
Entretanto, até agora, Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Eloise Bridgerton (Claudia Jessie) mantinham papéis periféricos, criticando discretamente as normas sociais com suas ambições que ultrapassavam a busca por um casamento vantajoso. Isso muda nesta terceira fase, com Penelope se destacando como protagonista ao lado de Colin Bridgerton (Luke Newton). Após a revelação bombástica de que Penelope é Lady Whistledown, sua amizade com Eloise é severamente afetada, levando cada uma a buscar novos caminhos, enquanto Penelope decide se libertar do rótulo de coadjuvante e conquistar o coração de Colin.
Colin retorna de suas viagens pela Europa com uma aparência transformada e um charme que atrai o interesse de muitas debutantes, transformando-o em uma figura cobiçada. Contudo, sua atenção se volta para Penelope quando ela expressa seu desejo de se casar, levando-o a se oferecer como mentor em sua jornada para aprender a arte da conquista. O que começa como um jogo de estratégia social logo se complica quando Colin, ao perceber que pode perder Penelope para outro pretendente, reconhece seus sentimentos.
Apesar desse potencial narrativo, o ritmo lento torna o desenvolvimento romântico frustrante para os fãs que aguardam essa união desde a primeira temporada. Episódios estendidos e situações repetitivas transformam a ansiedade pela conexão final em uma espera desgastante, testando a paciência até dos espectadores mais fiéis.
Embora algumas vozes expressem cansaço com a fórmula reciclada e o excesso de demora no arco principal, há quem continue hipnotizado pelo universo visualmente deslumbrante e pelas intrigas da sociedade londrina. O charme de “Bridgerto” reside em sua capacidade de misturar romance, drama e sensualidade em um cenário que oscila entre o real e o fantástico, mantendo viva a ilusão de uma sociedade aristocrática idealizada.
Porém, com as tramas arrastadas nesta terceira temporada, surge a pergunta: até quando essa mistura conseguirá sustentar o interesse? O desfecho da temporada, marcado para 13 de junho, será o verdadeiro teste para determinar se a série continuará a brilhar como uma joia ou começará a perder seu esplendor diante de uma audiência cada vez mais exigente.
Assim, resta saber se “Bridgerton” manterá seu posto como o épico romântico mais popular da última década ou se precisará reinventar suas cartas para não ser consumido pelo próprio desgaste.
★★★★★★★★★★