Suspense com George Clooney e Julia Roberts, na Netflix, que você precisa assistir duas vezes Divulgação / TriStar Pictures

Suspense com George Clooney e Julia Roberts, na Netflix, que você precisa assistir duas vezes

Todos sabemos que o dinheiro é um poderoso motor da sociedade, e não é novidade que uma fração da riqueza movimentada em Wall Street poderia alimentar comunidades inteiras no Zimbábue, um dos países mais pobres do mundo. Agora, imagine um programa de televisão focado em dar dicas para investidores de todos os portes, sem o verniz pseudocientífico dos grandes nomes de Wall Street, talvez até mais confiável que os especialistas bem-vestidos da elite financeira. Esse programa alcança milhões de espectadores diariamente e se torna alvo de um cidadão comum, furioso por ter perdido todas suas economias ao investir em ações que desvalorizaram drasticamente de um dia para o outro.

De quem é a culpa? Jodie Foster nos leva a investigar um vilão universal em “Jogo do Dinheiro”, revelando os podres de um ambiente corrompido. Com um elenco de peso, o filme tem um toque que lembra “O Lobo de Wall Street” de Martin Scorsese, embora seja mais cerebral e menos licencioso, mostrando que a trama é mais profunda.

Adam Smith, filósofo e economista escocês do século XVIII, foi um defensor fervoroso da economia de mercado e da livre concorrência. Sua visão revolucionária durante o Iluminismo trouxe uma compreensão avançada da economia para além de seu tempo, criando as bases do liberalismo econômico que sustenta o capitalismo moderno. O liberalismo prega a mínima interferência estatal na economia e defende que consumidores devem ter liberdade para escolher produtos e serviços, incentivando as empresas a se aprimorarem constantemente.

No mercado, essa competição é crucial para a sobrevivência das corporações. Para as gigantes, essa disputa se transforma em uma verdadeira guerra de titãs, com consequências severas. O roteiro meticuloso de Alan DiFiore, Jim Kouf e Jamie Linden detalha cada situação com diálogos afiados, preparando o espectador para uma série de reviravoltas após uma longa introdução.

Lee Gates, uma alusão cínica ao fundador da Microsoft, é o carismático apresentador do “Mad Money”, um programa de uma emissora liberal similar à CNBC. Ele tem o poder de vender qualquer coisa, até mesmo geladeiras para esquimós, e isso atrai inúmeros anunciantes. No entanto, sua influência leva a uma tragédia para Kyle Budwell, um jovem desempregado que perde todos os seus sessenta mil dólares por seguir um conselho desastroso de Gates.

Jack O’Connell, que já havia se destacado em “Invencível” e “Terra Selvagem”, entra em cena como Kyle e captura a atenção do público. Julia Roberts brilha como Patty Fenn, a diretora de VT, e Caitríona Balfe se destaca como Diane Lester, a assessora de imprensa do CEO corrupto Walt Camby, interpretado por Dominic West. Foster manipula esses personagens de forma a conduzir o filme a um desfecho surpreendente, onde o público se vê torcendo por um justiceiro que se acreditava capaz de enfrentar sozinho as forças do capitalismo selvagem.

“Jogo do Dinheiro”, na Netflix, expõe a brutalidade e as injustiças do sistema econômico, levando os espectadores a refletirem sobre a realidade cruel em que vivem, onde poucos se beneficiam enquanto muitos sofrem as consequências de um mercado implacável.


Filme: Jogo do Dinheiro 
Direção: Jodie Foster
Ano: 2016
Gêneros: Thriller/Crime
Nota: 9/10