Sequência de um dos maiores sucessos de ação do cinema está na Netflix Divulgação / 20th Century Studios

Sequência de um dos maiores sucessos de ação do cinema está na Netflix

Alguns cineastas se encaixam perfeitamente em certas franquias, e esse é o caso de Wes Ball, que conseguiu valorizar o material literário de “Maze Runner: Prova de Fogo”. Lançado em 2015, este é o segundo filme da trilogia “Maze Runner”. É aqui que tudo começa a se tornar uma miscelânea de elementos, e o apocalipse passa a ser explorado em todas as suas diversidades. Se o primeiro filme tinha um mistério intrigante sobre quem, como e por que as coisas aconteciam, agora, alguns assuntos já foram resolvidos e o suspense já não surpreende tanto. Apesar do investimento dobrado em relação ao anterior, a arrecadação nos cinemas foi ligeiramente menor, mas ainda na casa dos 300 milhões de dólares.

A sequência perde na qualidade do enredo, escrito por T.S. Nowlin, mas mantém um certo padrão. Depois de escaparem da primeira fase desse joguinho de videogame apocalíptico, o grupo de garotos da Clareira que conseguiu atravessar o labirinto é levado para um bunker liderado por um sujeito com ar suspeito, chamado Janson (Aidan Gillen). Janson promete ser adversário da WCKD, por trás do experimento do labirinto. No entanto, Thomas (Dylan O’Brien) logo desconfia do excesso de controle que Janson tenta manter sobre ele e os outros garotos e decide reunir seus amigos para uma nova fuga. Na companhia dos garotos da Clareira e de garotos de outros labirintos, eles vão parar em outro bunker liderado por Jorge (Giancarlo Esposito), que acredita que esses jovens são a sua passagem para uma espécie de Terra Prometida. Neste mundo externo, não há Verdugos, as aranhas assassinas gigantes, mas há um vírus mortal que transforma as pessoas em zumbis, ou como são chamados no filme, Cranks. Então, é preciso ter cuidado e não se deixar ser mordido por nenhum indivíduo suspeito.

Aos poucos, descobrimos (não que seja um mistério) que Thomas é a chave para tudo. Ele, mesmo inconsciente depois de ter perdido a memória, é o arquiteto idealista por trás de uma revolução contra a WCKD, uma organização sombria e perversa por trás do labirinto e de boa parte das desgraças deste grupo de adolescentes. O mundo está desolado e a WCKD é uma espécie de governo opressor por trás disso.

O filme é praticamente uma transição de lugares e nunca dá para compreender totalmente sua finalidade. Na verdade, apesar de interessante e intrigante, nem mesmo a situação do labirinto do primeiro filme é explicada com clareza. Então, toda a jornada deste bando desafortunado parece completamente sem sentido, mas continuamos assistindo, porque aqui, assim como no primeiro filme, o trabalho de CGI é incrível, oferecendo efeitos convincentes, bem feitos e moderados, sem exageros ou extravagâncias.

O design de produção é eficiente, proporcionando uma combinação de cenários empoeirados e desolados que são drasticamente contrastados com as paisagens urbanas, destacando a hostilidade e decadência do mundo. Outro contraste é o da iluminação. Ora acompanhamos os personagens em locais mal iluminados e sombrios, ora os vemos debaixo do sol escaldante. O enredo retrocede nos personagens. Em vez de aprofundar em suas personalidades e histórias, mostra-os ainda mais superficialmente, incluindo o protagonista.


Filme: Maze Runner: Prova de Fogo
Direção: Wes Ball
Ano: 2015
Gênero: Ação/Ficção Científica
Nota: 8/10