Último filme da franquia de ação e mistério mais famosa do cinema chegou à Netflix Divulgação / 20th Century Studios

Último filme da franquia de ação e mistério mais famosa do cinema chegou à Netflix

Em “Maze Runner: A Cura Mortal”, a terceira e última parte da série de longas dirigidos por Wes Ball a partir dos livros de James Dashner, Thomas, o candidato a messias encarnado por Dylan O’Brien, não tem mais nada do garoto ingênuo do primeiro longa da franquia. E nem poderia ser diferente. Ball fecha a trilogia realçando a selvageria do WCKD, acrônimo para World In Catastrophe: Killzone Experiment Department (“mundo em catástrofe: departamento de experiências na zona de morte”, em tradução livre), ou CRUEL, que não disfarça mais suas intenções de subjugar os clareanos aos ultrajes mais desumanos, agora valendo-se de criaturas sanguinárias espalhadas pelo cenário de onipresente ruína materializado por Daniel T. Dorrance.

O roteiro de Dashner e T.S. Nowlin leva Thomas e seus companheiros por uma jornada pelo maior dos labirintos até que cheguem à Última Cidade, tudo num ritmo muito mais frenético do que se vê em “Maze Runner: Correr ou Morrer” (2014) ou mesmo em “Maze Runner: Prova de Fogo” (2015), que recapitula o que se dá em “Correr ou Morrer” enquanto prepara a audiência para as grandes emoções deste filme. 

O diretor nunca tenta reinventar a roda e mantém a fórmula de sucesso já comprovada nos dois trabalhos anteriores, ou seja, dota “A Cura Mortal” de uma infinidade de elementos já vistos em arrasa-quarteirões a exemplo de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015), de George Miller. No introito, a sequência em que um veículo rústico persegue um trem no deserto crava a sensação de que a estética é um componente imprescindível para a compreensão do que se vai assistir — e assim mesmo não há qualquer garantia de que se vai estar por dentro das vesanas reações dos personagens que se juntam a Thomas no transcurso de 142 minutos.

Minho, o antes tranquilo adjunto do protagonista, experimenta agora a decepção com Teresa, e Ki Hong Lee e Kaya Scodelario mostram um vigor dramatúrgico até então latente. Scodelario encarna o papel da traidora angustiada por pruridos morais que mantém só para si, perdendo a limitada condição de possível interesse amoroso de Thomas para investir-se da atmosfera de uma figura de personalidade vulnerável, indigna da confiança até de sua nova líder, Ava Paige, a torpe cientista vivida por Patricia Clarkson. Mudanças que, esticando-se um pouco a corda, poderiam dar em mais um enredo.


Filme: Maze Runner: A Cura Mortal
Direção: Wes Ball 
Ano: 2018
Gêneros: Ficção científica/Ação
Nota: 9/10