Últimos dias para assistir: comédia romântica com Hugh Grant, na Netflix, é descanso para a mente e férias para o coração Divulgação / Sony Pictures

Últimos dias para assistir: comédia romântica com Hugh Grant, na Netflix, é descanso para a mente e férias para o coração

Rechaçado pela crítica, “Cadê os Morgan?” não é ruim como pintam por aí. De forma alguma. Eu definitivamente enxergo o charme de Hugh Grant e Sarah Jessica Parker juntos em cena. Eles podem não ser o casal de protagonistas mais padrão de Hollywood, mas  eles possuem um certo carisma. Escrito e dirigido por Marc Lawrence, a comédia romântica começa em Nova York. Meryl Morgan é uma executiva imobiliária de sucesso que sempre tem seu rosto estampado em revistas. Ela é casada com Paul (Hugh Grant), um advogado mulherengo e igualmente bem-sucedido.

Eles já estão separados há três anos, mas Paul se deu conta de que Meryl é uma mulher realmente especial e quer reatar o relacionamento. Ela, no entanto, já seguiu em frente. Embora relutante, Meryl aceita um convite do ex-marido para um jantar. Os dois acabam testemunhando um assassinato e vão parar na lista de testemunhas do FBI. Obrigados a deixar suas vidas para trás para não serem exterminados pelos criminosos, eles são levados em um avião particular, pelos agentes de segurança, até um lugar desconhecido e incomum (ou comum até demais).

Meryl e Morgan se tornam inquilinos em Ray, Wyoming, do xerife Clay Wheeler (Sam Elliot) e sua esposa, Emma (Mary Steenburgen), ambos entusiastas da caça e habituais anfitriões de testemunhas protegidas pelo FBI. Tendo que esconder suas identidades, Meryl e Paul deixam para trás seu sobrenome, seus cartões de crédito, aparelhos celulares e vidas agitadas e luxuosas de Manhattan. Isolados em uma cabana no meio da floresta, eles terão a companhia do xerife e de sua esposa, além de alguns moradores da pequena cidade, habitada por “caipiras” de chapéu e botas, calorosos, intrometidos  e conservadores.

O choque cultural é sem dúvidas impactante, mas aos poucos, a nova vida começa a mostrar para Paul e Meryl o que realmente é importante. Na ausência das agitações cotidianas, do trabalho que os ocupam demais e dos aparelhos com acesso à internet, Paul e Meryl terão mais tempo para desfrutar da companhia um do outro, relembrar dos sonhos compartilhados no passado e reacender a chama de seu antigo relacionamento.

Paul, que traiu Meryl, terá de encarar um fato: ela também o traiu. A descoberta será mais um desafio a ser vencido por esse amor abalado. Será ele capaz de perdoá-la e vice-versa? As relações amorosas nunca são simples, e a cada passo maior de comprometimento, se tornam ainda mais complicados. Ela sempre sonhou em ter um filho e ele a incentivou a adotar, mas como construir uma família em um lar abalado. A companhia daquelas pessoas simples e que sabem apreciar a vida em sua forma mais orgânica, rural e materialmente desprendida começa a transformar a visão de Paul e Meryl do mundo. Eles começam a enxergar um ao outro.

O longa-metragem de Marc Lawrence é simples, despretensioso, clichê e previsível. Talvez você já tenha visto dezenas de filmes como este, mas não vou negar que é um passatempo agradável. O filme utiliza estereótipos para trazer elementos de humor e o roteiro consegue desenvolver muito bem os personagens secundários, que proporcionam os melhores momentos cômicos da história, além de presentear os espectadores com excelentes atuações.


Filme: Cadê os Morgan?
Direção: Marc Lawrence
Ano: 2009
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 8/10