Não dá para respirar nem piscar: thriller de ação alucinante da Netflix é o filme mais assistido do Brasil na atualidade Divulgação / Envision Media Arts

Não dá para respirar nem piscar: thriller de ação alucinante da Netflix é o filme mais assistido do Brasil na atualidade

Jonathan Hensleigh, um artesão do cinema blockbuster, conhecido por catapultar narrativas explosivas nas telas de cinema, retorna com “The Ice Road”, tecendo outra tapeçaria de tensão e bravura na vastidão gélida do inverno canadense. O filme, uma orquestração habilidosa entre ação e humanidade, tem como protagonista o icônico Liam Neeson, cuja trajetória no cinema o consolidou como o arquétipo do herói relutante, dotado de uma profundidade que transcende os limites do gênero de ação.

Em “The Ice Road”, Neeson veste novamente o manto do homem comum confrontado por circunstâncias extraordinárias. Como Mike McCann, ele não é apenas um caminhoneiro experiente; ele é o alicerce de uma missão de resgate que desafia a própria natureza. A cada curva perigosa nas estradas de gelo, Neeson confere ao seu personagem uma nuance que mantém os espectadores alinhados com seu ritmo determinado e sua moral inabalável, uma assinatura que o público aprendeu a esperar e respeitar.

A capacidade de Hensleigh de orquestrar cenas de ação é incontestável. Ele habilmente manipula o suspense e a emoção com uma destreza que torna cada momento no filme uma celebração do gênero. A fotografia de Tom Stern é mais que uma mera captura de imagens; é uma janela para a alma desoladora e deslumbrante do Ártico, onde o azul-petróleo das estradas de gelo se estende até o infinito. Douglas Crise, com sua edição perspicaz, mantém a história avançando a um ritmo que é igualmente frenético e calculado.

A humanidade do filme é tecida através das atuações. Marcus Thomas, como Gurty, o irmão de McCann, não apenas atua; ele vive seu papel com uma vulnerabilidade que ressoa muito depois que as luzes do cinema se acendem. Amber Midthunder, que traz vida a Tantoo, adiciona uma dimensão de delicadeza e força, criando uma presença que enriquece a narrativa.

As reviravoltas do enredo de “Ice Road” são como camadas de gelo quebradiço, revelando as profundezas mais escuras da natureza humana e a luz da perseverança. Uma conspiração de corrupção serve como o subtexto que desafia nosso herói, adicionando um peso moral e um dilema que vai além do físico.

Hensleigh, ao escolher Winnipeg como cenário, não apenas desafiou sua equipe, mas também elevou a autenticidade do filme a um nível raramente alcançado em thrillers de ação. A escolha de filmar com o mínimo de CGI é uma homenagem ao cinema tradicional, onde o realismo da experiência humana não é recriado, mas vivido.

Para os fãs do gênero e admiradores de Neeson, “The Ice Road” é uma confirmação de que a fórmula testada e verdadeira do cinema de ação pode ainda surpreender e encantar. O filme honra os clássicos do passado, enquanto pavimenta um caminho gelado para o futuro do entretenimento. Este é um filme para aqueles que buscam não apenas assistir a um conto de heroísmo, mas para aqueles que querem ser transportados para um mundo onde cada milha percorrida é uma vitória contra o intransponível.


Filme: The Ice Road
Direção: Jonathan Hensleigh
Ano: 2021
Gêneros: Ação/Thriller
Nota: 8/10