Filme angustiante com Jamie Dornan na Netflix vai deixar seus nervos à flor da pele por 148 minutos Karen Ballard / Netflix

Filme angustiante com Jamie Dornan na Netflix vai deixar seus nervos à flor da pele por 148 minutos

Primeira produção original Netflix na Irlanda, o thriller de guerra “O Cerco de Jadotville” é dirigido por Richie Smyth e escrito por Kevin Brodbin e Declan Power. Seu enredo é inspirado na controversa história real da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no contexto da crise congolesa. Ambientado nos anos 1960, no território onde hoje é Likasi, no Congo, o filme desdobra as horas que antecederam e o decorrer da sangrenta batalha enfrentada pela Companhia A, uma equipe irlandesa das ONU, que ocupava uma base militar na cidade, na época chamada Jadotville.

Após Tchombe dar um golpe de estado e não receber apoio ou reconhecimento das Nações Unidas, um exército de mais de 1.500 soldados catangueses é ordenado a atacar a companhia irlandesa, liderada pelo comandante Pat Quinlan (Jamie Dornan), com apenas 150 soldados sem experiência de guerra.

Durante seis dias, os irlandeses tiveram de lutar sem munição e armas suficientes, sem remédios e sem suprimentos. Conor Cruise O’Brien (Mark Strong), representante na Katanga de Dag Hammarskjöld (Mikael Persbrandt), secretário-geral das Nações Unidas, havia recebido diversos pedidos de socorro do comandante Quinlan em relação ao cerco. Mesmo assim, segundo o filme, O’Brien os abandonou à própria sorte no campo de batalha. Na mesma época, o avião em que Hammarskjöld viajava foi abatido. Ele e todos os outros passageiros do voo morreram.

Para fazer o filme, o diretor colocou o elenco de atores para fazer treinamento militar, o que durou meses. Smyth ainda nomeou Dornan como superior, para que a equipe já criasse toda a dinâmica que se estenderia durante as gravações. Entre os soldados está Conor Quinlan, neto de verdade de Pat Quinlan, o comandante da companhia atacada em Jadotville.

A equipe de produção teve acesso a um registro de rádio real da época, com informações sobre o conflito no Congo, que foi contrabandeado por Quinlan. O registro foi cedido à equipe por Leo, filho do comandante. Além disso, algumas das armas usadas no longa-metragem realmente foram manuseadas na batalha. Até mesmo, porque elas são raras e tiveram de ser adquiridas na África.

A história de Jadotville é controversa, porque há rumores, inclusive, de que a própria ONU planejou sabotar a companhia irlandesa, enviada para proteger colonos brancos da região. No entanto, quando os irlandeses chegaram no local, descobriram que as pessoas a quem eles deveriam salvaguardar não apenas não os queriam ali, mas também o receberam com hostilidade. Então, há dúvidas se a ONU foi realmente incompetente ou se armou, de fato, contra a própria companhia.

“O Cerco a Jadotville” recebeu aclamação da crítica, além de ter sido premiado pelo Irish Film & Television Network nas categorias de melhor diretor revelação, melhor ator coadjuvante e melhores efeitos visuais.

Richie Smyth, embora seja um experiente realizador de audiovisual nas áreas de comerciais e videoclipes, nunca tinha feito um longa-metragem. Essa foi sua estreia, marcando um início bem-sucedido para sua carreira no cinema. O diretor, que tem dois filmes ainda em processo de produção, contou que levou aproximadamente 7 anos para realizar “O Cerco de Jadotville” e que pretende continuar sua trajetória em longas-metragens, afinal, é um grande fã de Stanley Kubrick.


Filme: O Cerco a Jadotville
Direção: Richie Smyth
Ano: 2016
Gênero: Guerra
Nota: 9/10