5 novos clássicos do cinema europeu na Netflix que todo cinéfilo deveria ver Divulgação / Apache Films

5 novos clássicos do cinema europeu na Netflix que todo cinéfilo deveria ver

O cinema feito na Europa é um capítulo à parte na já vasta história da sétima arte. A partir da Nouvelle Vague, movimento surgido na França dos anos 1960 que registrou em filmes magníficos as grandes mudanças pelas quais passava a sociedade francesa e o mundo, os roteiros escritos por europeus foram tomando um caráter mais autoral, mais pessoal, e não raro, roteiristas dirigiam seus próprios filmes. A “nova onda” oxigenou o ambiente o seu tanto abafado do star system hollywoodiano e apresentou algumas novidades, a exemplo da câmera-caneta, ou seja, a história era escrita conforme a câmera captasse os melhores enquadramentos, os melhores ângulos, a melhor fotografia. A Europa como pátria do cinema sempre valorizou a função do roteirista ao longo do fazer cinematográfico, mas a palavra final, claro, é do diretor, que acrescenta ou suprime trechos, quase sempre baseados na sua própria vida. A teoria do autor, celebrizada por François Truffaut (1932-1984) num ensaio publicado na revista “Cahiers du Cinema”, defendia que o diretor é o verdadeiro “dono” do filme, cabendo a ele a responsabilidade pela coesão da trama, da pré-produção ao corte final, o que resulta em filmes sólidos, que resistem ao tempo, em que se reconhece logo o estilo. No caso do próprio Truffaut, um dos autores mais inventivos do cinema, é impossível não se ter muito claro que um filme seja ou não do diretor, que conduzia com mão de ferro toda a evolução produtiva, chegando ao ponto de interferir também na distribuição. Europeus sempre encararam o cinema como arte, e em sendo assim, é perfeitamente viável se realizar centenas de filmes durante um ano, por exemplo, porque a força do que é dito se sobrepõe à dos efeitos especiais. Isso faz toda a diferença — e faz também os clássicos. Como a vida é movimento — e o cinema também —, os diretores europeus nunca deixaram de se reinventar e continuaram a entregar à humanidade enredos que já nascem sob o signo da eternidade. Na lista de Bula de hoje, destacamos cinco histórias de diretores europeus que já figuram entre as grandes da cinematografia universal. Em “Quem com Ferro Fere” (2019), do espanhol Paco Plaza, um enfermeiro se flagra às voltas com questões éticas a fim de levar adiante um objetivo pessoal; quando o assunto é beleza, lirismo, poesia, “Quién te Cantará” (2018), do também espanhol Carlos Vermute, com a história de uma cantora em dificuldades na carreira, certamente não pode ficar de fora. Os títulos, todos na Netflix, estão elencados do mais novo para o lançado há mais tempo, sem nenhum outro critério. Embarque nessa viagem pelo melhor do cinema do Velho Mundo e aprecie a paisagem.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix