Uma conspiração de entortar a cabeça

Quando o livro “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, se transformou num sucesso literário internacional, os três autores do livro histórico “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” tacaram-lhe um processo por plágio. Os escritores Michael Baigent, Henry Lincoln e Richard Leigh argumentavam que Brown havia lhes surrupiado toda a trama do romance. Brown admitiu que havia mesmo se inspirado do tal livro, mas não admitiu o plágio. Afinal, “O Código Da Vindi” era uma obra de ficção, enquanto “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” era uma pesquisa histórica. Caso encerrado nos tribunais com vitória de Brown por nocaute.

Mas talvez a verdade não seja exatamente essa…

O livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” revira 2000 mil anos de história ocidental para provar que Jesus Cristo era casado com Maria Madalena, com quem teria tido dois filhos. Apesar de duramente combatida pelo Vaticano, essa linhagem “sagrada” está por aí até os dias atuais. Mais do que isso: os descendentes de JC têm laços consanguíneos com todas as casas dinásticas europeias e são, portanto, “reis” por direito divino, mesmo em países laicos e republicanos, como a França.

No entanto, evidências mostram que a saga da Família JC não passa de uma anedota gigantesca orquestrada pelas mentes literárias mais brilhantes do século 20. Os autores de “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” sabiam muito bem disso, mas promoveram a farsa para vender mais livros, até Dan Brown aparecer e tomar o tesouro deles.

Essa gigantesca tramoia literária é uma trama de fazer inveja aos melhores contos de Jorge Luis Borges ou aos grandes romances de Umberto Eco. É uma conspiração dentro de outra conspiração e que deixa um grande enigma sem resposta: por que o ser humano perde tanto tempo em sacanear o próximo? Nem Jesus Cristo sabe a resposta.