Guia para o Grande Romance Americano: de Henry James a Thomas Pynchon

Guia para o Grande Romance Americano: de Henry James a Thomas Pynchon

“A Letra Escarlate”, “Moby Dick”, “As Asas da Pomba”, “Herzog”, “O Teatro de Sabbath” e “Meridiano de Sangue” cumprem a missão de “melhorar” a vida dos leitores

Há nos Estados Unidos o “mito” do Grande Romance Americano. Alguém já o escreveu, alguém vai escrevê-lo? Quem? Na verdade, tal romance já foi escrito. Aliás, não se deve falar num romance, e sim em vários romances. E há escritores americanos que são, no geral, bons críticos literários. Entre eles estão Henry James, Saul Bellow (um ensaísta do primeiro time), John Updike e Philip Roth. Faltou neste micro guia alguém decididamente importante? Sim. Sempre falta. Não há listas completas. Se listas fossem completas seu nome não seria listas… e sim Deus.

Faltou incluir escritores como Edgar Allan Poe (escreveu um romance e contos maravilhosos), Mark Twain (dele deriva a prosa enxuta dos Estados Unidos, segundo Edmund Wilson), Jack London (quem nunca teve prazer lendo seus livros que arranque a primeira página), Edith Wharton, Katherine Anne-Porter (grande contista), Eudora Welty, Thomas Wolfe, John Dos Passos, John Steinbeck (não é de primeira linha, mas sempre o li com prazer; “As Vinhas da Ira” é um romance denso, de cunho social), Paul Bowles, Bernard Malamud, Flannery O’Connor, Toni Morrison, Norman Mailer, James Salter (Richard Ford diz que é o escritor das melhores frases; além da prosa, escreveu memórias deliciosas; é um contista extraordinário), Gore Vidal (aprecio sua literatura, sua crítica literária e suas memórias; é um reserva de luxo do time titular), Truman Capote, Tom Wolfe e William Kennedy (sua literatura é de primeira linha).

Por que não Susan Sontag e Edmund Wilson, também prosadores? Porque os vejo muito mais como excelentes críticos literários (Sontag mais na linha do ensaísmo). Wallace Foster? Não sei por quê, mas meu nariz torce quando meus olhos leem algumas páginas de seus livros. Foster, por sinal, não era mau crítico literário. Jonathan Safran Foer (muito bom) e Jonathan Franzen estão construindo uma obra. Paul Auster fica para a próxima lista.