Já pensou em como os clássicos se tornam clássicos? Seja na música, na literatura ou no cinema, para ser um clássico é preciso, sim, ser “velho”. Por quê? Porque a maior prova de que uma obra é realmente um clássico é a prova do tempo. É isso mesmo. Sucessos vêm e vão, mas nem sempre sobrevivem ao teste do tempo. Quando uma obra permanece relevante, independentemente da geração, arrebanhando continuamente novos fãs, então temos um clássico.
Mas, afinal, como se cria um clássico? A resposta parece simples, mas não é. É preciso falar de um tempo intergeracional e comunicar com todos os tipos de pessoas: mulheres, homens, de diferentes religiões, nacionalidades, costumes, culturas, idiomas… Temas universais, que seguirão relevantes daqui a cem anos, são fundamentais para definir um clássico. Mas tem mais: esses temas não podem ser superficiais, vazios ou bobos. A complexidade é essencial. Exigir que o público reflita, incomodar, escandalizar em alguns pontos, provocar sensações — sejam boas ou incômodas — é necessário.
Outra característica de todo clássico, mesmo que não intencional, é uma estética marcante. É preciso comunicar visualmente, transmitir emoções, trazer nuances, percepções, romper padrões. E, por fim, é preciso deixar uma marca que os outros copiem. Sim, algo tão impactante que influenciará gerações. Todos continuarão falando, pensando, se inspirando e retransmitindo sua essência. Enfim, os clássicos nunca morrem — e, nesta lista, trouxemos três clássicos do cinema que você terá a última chance de assistir nos próximos dias na Netflix, pois estão prestes a deixar o catálogo. Voilà!

Na Itália da década de 1930, um homem judeu excêntrico e carismático conquista o amor de uma professora com seu humor irreverente e otimismo incansável. Anos depois, já casado e com um filho pequeno, ele vê sua vida virar de cabeça para baixo quando sua família é deportada para um campo de concentração nazista. Determinado a proteger o filho dos horrores da guerra, ele transforma a dura realidade em uma brincadeira engenhosa, fazendo o garoto acreditar que estão participando de um grande jogo, cujo prêmio final será um tanque de verdade. Com ternura e inventividade, ele se torna a única barreira entre a criança e a brutalidade do mundo ao redor, provando que o amor e a imaginação podem resistir mesmo nas circunstâncias mais desumanas.

Cansado das conveniências da vida real e das obrigações de um casamento arranjado, um príncipe africano decide viajar para os Estados Unidos com a esperança de encontrar uma mulher que o ame por quem ele é, e não por sua posição. Fingindo ser um homem comum, ele e seu melhor amigo se instalam em um bairro operário de Nova York, onde enfrentam uma série de situações inusitadas enquanto tentam se adaptar à vida americana. Em meio a perrengues com o trabalho, diferenças culturais e roupas muito simples para sua realeza, ele se apaixona por uma jovem inteligente e independente. Mas a verdade sobre sua identidade ameaça pôr tudo a perder. A jornada revela que o amor verdadeiro não pode ser comprado, nem mesmo por um trono.

Em uma região desolada do Velho Oeste, os interesses por terras e ferrovias desencadeiam uma teia de vingança e ganância. Uma viúva recém-chegada ao local se vê no centro de uma disputa entre um brutal assassino a serviço de uma companhia ferroviária, um misterioso pistoleiro de poucas palavras que parece movido por um passado obscuro e um forasteiro impetuoso em busca de vingança. À medida que a ferrovia avança, o confronto entre esses personagens se torna inevitável, revelando segredos enterrados e ressentimentos antigos. A história é contada com ritmo meticuloso, silêncios carregados de tensão e um olhar poético sobre o fim de uma era. Em meio à poeira, trilhos e sangue, o destino de todos se entrelaça em uma narrativa épica sobre violência, resistência e transformação.