Pode olhar aí na internet: “Onda de frio polar atinge países como Argentina e Chile, além do sul do Brasil”. O friozinho não quer dar trégua, e isso pede uma meinha no pé, um cobertor no sofá e um filminho na Netflix. Hoje é quinta, e você já está em clima de final de semana, se preparando para curtir a preguiça e o climinha glacial em grande estilo: dentro de casa. Não sinta culpa por não estar lá fora; afinal, descansar os pés, relaxar o corpo e se dar o luxo de pensar muito pouco ou quase nada na realidade é self-care, sim!
A Revista Bula selecionou alguns filmes que chegaram recentemente à Netflix para você passar o fim de semana em boa companhia. Então, já vá colocando aquele chocolate quente no fogão, pedindo a comida no aplicativo e vestindo aquele pijaminha macio. Agora, se você for do rolê, não se preocupe. Também vale chamar os amigos para virem para casa fazer aquela sessão acolhedora de cinema, com pizza e Coca Zero. Mas, antes de a galera chegar, não fique procurando demais; deixa que a gente te ajuda!
Nesta lista, obras cinematográficas que acabaram de aterrissar nas pistas do streaming e que vão te deixar com os olhos vidrados. Depois, conta para a gente nas redes sociais o que achou delas. Se você recomendaria a um amigo ou a um inimigo. Só não perca o gosto por explorar diferentes mundos pelos olhos do cinema. Vamos juntos?

A partir de um silêncio imposto por ausências e fragilidades afetivas, desenha-se a trajetória de dois personagens que, sem perceber, buscam um no outro o que a vida lhes negou em formas definitivas. Entre a ternura improvisada e o medo de fracassar, constrói-se uma relação marcada por tropeços e pequenos gestos de cuidado, onde o humor surge como um frágil escudo contra a vulnerabilidade. O cotidiano, com suas banalidades e sutilezas, é o palco onde se desenrola essa dança afetiva feita de tentativas e erros, onde o mais importante não é o sangue que liga pessoas, mas a escolha de permanecer ao lado do outro quando tudo convida à desistência. Em meio a um cenário de perdas e recomeços, revela-se uma história que evita o sentimentalismo fácil e encontra beleza justamente na imperfeição dos laços humanos. Aqui, a paternidade não é um título ou uma obrigação, mas uma construção diária, às vezes instável, sempre necessária. É no espaço entre o que se espera e o que se pode oferecer que floresce um afeto discreto, mas profundo, que transforma dois desconhecidos em algo mais próximo de uma família. Uma narrativa delicada e sincera, que encontra no ordinário a sua mais potente emoção.

Há lugares onde o frio não é apenas meteorológico, mas existencial, e o coração humano, acuado por rotinas opressoras, pulsa como quem quer esquecer que ainda está vivo. Nesse cenário de rigidez moral e afetiva, uma jovem mulher tenta, silenciosamente, escapar dos muros invisíveis que a cercam: a monotonia doméstica, o peso das expectativas sociais e os segredos que ninguém ousa nomear. O encontro com uma presença magnética, ao mesmo tempo sedutora e perigosa, desencadeia nela uma transformação inquietante, onde desejo e culpa, liberdade e destruição, tornam-se forças indissociáveis. O que começa como um lampejo de emancipação torna-se um jogo de manipulações mútuas, onde as fronteiras entre vítima e algoz se desfazem no nevoeiro da ambiguidade humana. Ao invés de respostas fáceis, a narrativa oferece um mergulho na psique fragmentada de quem, ao tentar escapar de si, acaba por se confrontar com seus abismos mais profundos. Há, no fundo dessa história, um questionamento sutil sobre a natureza do desejo feminino e os limites éticos da liberdade. Tudo isso emoldurado por um ambiente que, embora opressivo, não consegue conter a força de uma subjetividade em erupção.

À sombra das lembranças e dos vínculos rompidos, um reencontro aparentemente banal transforma-se em um campo minado de tensões silenciosas e desconfianças crescentes. Ali, onde o vinho circula e os sorrisos mascaram antigas feridas, a atmosfera oscila entre o calor da nostalgia e o frio da suspeita. O espaço doméstico, habitualmente acolhedor, revela-se palco de uma inquietação crescente, onde cada gesto pode esconder um propósito oculto e cada silêncio pesa mais do que mil palavras. O protagonista, dividido entre a paranoia e a lucidez, navega por um território em que o perigo não se apresenta com clareza, mas sussurra, paciente, por trás das cortinas da civilidade. A tensão cresce sem explosões fáceis, alimentada pela dúvida: é possível confiar em quem já nos feriu? A narrativa recusa atalhos e prefere construir seu terror na espessura do cotidiano, onde a ameaça não vem de monstros externos, mas do abismo que habita cada relação humana. Ao final, resta a inquietação sobre o que realmente conhecemos do outro, e de nós mesmos, quando as máscaras sociais começam a ruir.

Em um cenário onde a memória é frágil como vidro e as verdades escorrem pelos dedos como areia, uma mulher luta contra o apagamento de tudo aquilo que um dia definiu sua existência. O que para muitos parece delírio, para ela é resistência: a convicção obstinada de que há algo perdido, mas não inexistente. Nesse labirinto entre realidade e ilusão, o cotidiano revela-se um campo de batalha psicológico onde cada lembrança pode ser uma armadilha e cada resposta, uma nova pergunta. A narrativa costura tensão e melancolia, criando um universo onde o inimigo mais implacável não é visível, mas sentido nas ausências e distorções do que deveria ser certo. Aqui, o suspense não se alimenta apenas do desconhecido, mas da dúvida corrosiva sobre aquilo que julgamos conhecer. Em meio a perseguições e reviravoltas, o que permanece é o drama solitário de quem tenta manter viva a chama da própria identidade, mesmo quando todos ao redor parecem conspirar para apagá-la. Uma história onde a busca por respostas se torna, no fundo, uma busca por si mesmo.

New Regency Productions
Quando a mente humana se fecha em seus próprios labirintos, nem as paredes mais sólidas oferecem segurança verdadeira. Neste thriller psicológico, o medo se torna companhia constante de quem, isolada pela dor e pelo trauma, tenta desvendar a lógica tortuosa da violência que a cerca. Entre arquivos policiais e noites insones, constrói-se uma teia de obsessões e espelhamentos, onde o caçador mimetiza seus antecessores em uma sinistra homenagem ao mal. O embate entre quem investiga e quem perpetra crimes não é apenas físico, mas intelectual, um jogo de estratégias e vulnerabilidades em que as fragilidades emocionais têm tanto peso quanto as provas concretas. A tensão cresce, não pela brutalidade explícita, mas pela iminência constante do perigo, que se infiltra nos gestos banais e nos silêncios mais prolongados. Ao fundo, pulsa a inquietante pergunta: até onde podemos compreender a mente de quem rompeu os limites da empatia? Mais do que uma trama policial, o que se apresenta aqui é uma reflexão angustiante sobre o espelho quebrado da condição humana, onde vítimas e algozes transitam por territórios sombrios, separados apenas por uma linha tênue e instável.