Imagina Aristóteles, mestre da lógica, em um café da manhã solitário, tentando resolver o dilema eterno: “Devo dar continuidade ao meu tratado sobre a metafísica ou começar a gravar vídeos para o YouTube?”. Bom, no momento em que ele pegar a primeira página desses três livros, é bem possível que ele troque a ponta da pena pela câmera e se jogue no mundo dos influenciadores. A tragédia que ele sempre estudou, com suas regras imutáveis e natureza fatal, teria de ser completamente revista. De repente, ele se veria mais apto a fazer stand-up do que discursos filosóficos. Mas vamos imaginar: o que seria capaz de fazer um dos maiores pensadores da história abandonar a lógica para encarar o digital?
Pois bem, o que temos aqui são três livros com temas que desafiam a mente e as convenções, cada um propondo uma visão de mundo que, sem dúvida, faria até o mais racional dos filósofos repensar suas escolhas. Em um universo onde a tragédia ganha tons absurdos e as relações humanas são jogadas na balança da incerteza, a dúvida e o caos são mais do que conceitos; são combustível para uma revolução filosófica digital. E quem melhor para encabeçar essa revolução do que um Aristóteles reimaginado, agora se tornando o mestre da piada sombria e do vlog existencial?
É claro que, ao se deparar com o absurdo da vida, o sofrimento humano e a narrativa circular da violência, Aristóteles não apenas abandonaria sua lógica formal, mas provavelmente se veria diante de uma crise existencial, rindo e chorando ao mesmo tempo, tentando se adaptar a esse novo e bizarro mundo onde a tragédia se mistura com o humor. Agora, sem mais delongas, vejamos como esses livros fariam nosso querido filósofo repensar toda a sua sabedoria.

Em um mundo indiferente e desprovido de sentido, um homem é confrontado com a realidade nua e crua da existência. Meursault, personagem central desta obra, vive sua vida com uma incomum falta de envolvimento emocional, levando a rotina de maneira quase automática, até o momento de um crime aparentemente banal. A história se desenrola em torno de sua insensibilidade diante da morte de sua mãe, sua desconexão com as convenções sociais e sua crescente alienação do que está à sua volta. A ausência de uma moralidade convencional e a reflexão sobre o absurdo da vida são exploradas de forma profunda e implacável. Esse romance existencialista, ao desafiar o conceito de sentido na vida humana, convidaria Aristóteles a repensar sua noção de propósito, lógica e até mesmo a filosofia ética, levando-o a se perder no absurdo e a rir das incongruências da vida.

O protagonista dessa obra vive em um estado de constante angústia e isolamento, mergulhado em um conflito interno que o leva a se afastar da sociedade e a questionar sua própria existência. O narrador, um homem amargurado e autoconsciente, passa o tempo refletindo sobre a condição humana e a futilidade das ações humanas. O homem do subterrâneo se vê profundamente atormentado pelas contradições de sua própria alma, carregando a culpa e o desejo de viver em um mundo que ele despreza. Suas reflexões filosóficas sobre o livre-arbítrio e a natureza da humanidade desafiariam qualquer conceito de lógica que Aristóteles tivesse formulado, levando-o a questionar a própria razão e, quem sabe, a se deixar levar por um humor sombrio e autocrítico.

Billy Pilgrim, o protagonista dessa obra, vive a experiência de se “deslocar” no tempo, sendo transportado de momentos distintos de sua vida, incluindo sua experiência no massacre de Dresden durante a Segunda Guerra Mundial. A narrativa se move em uma sequência não linear, refletindo o caos e a aleatoriedade da guerra e da vida, em uma crítica mordaz à natureza destrutiva da humanidade. A mistura de humor negro com a tragédia da guerra cria uma atmosfera absurda, onde a morte, o sofrimento e o tempo são tratados com uma irreverência única. Aristóteles, ao confrontar a falta de causalidade e a aleatoriedade da existência humana, seria obrigado a repensar seus princípios lógicos.