10 livros que o MEC barrou das escolas brasileiras — censura silenciosa que ninguém comenta

10 livros que o MEC barrou das escolas brasileiras — censura silenciosa que ninguém comenta

No Brasil, livros não costumam ser proibidos — pelo menos, não de maneira oficial. Mas o que se escolhe não distribuir também comunica. Quando o Ministério da Educação retira um título de seus programas federais, como o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), ou simplesmente deixa de selecioná-lo, esse gesto carrega implicações que ultrapassam a logística. Ele diz, de maneira sutil, o que se entende como aceitável, pedagógico, adequado. E também o que, talvez, não se queira ver circulando com selo institucional.

São decisões que ocorrem longe do barulho — em comissões técnicas, reuniões fechadas, pareceres que raramente viram notícia. Mas seus efeitos chegam às escolas. Professores deixam de ter acesso gratuito a obras que poderiam enriquecer debates em sala de aula. Alunos passam a depender de redes pessoais ou da iniciativa individual para encontrar certos livros. E, muitas vezes, nem percebem que algo ficou de fora.

Importante destacar: esses títulos seguem sendo vendidos livremente, nas livrarias e online. Não foram proibidos nem censurados. O que houve, em todos os casos, foi a escolha deliberada de não os incluir nas listas de distribuição governamental. Ainda assim, para autores e educadores, a ausência pesa. Sobretudo porque, em alguns casos, os livros excluídos tratam justamente de temas sensíveis, como racismo, sexualidade, política ou violência.

Não há necessariamente um padrão ideológico entre os vetos. Eles ocorrem em diferentes gestões, sob justificativas distintas: conteúdo “desalinhado”, linguagem inadequada para a faixa etária, problemas técnicos, ou até pressão social. Em comum, apenas a sensação de que nem toda exclusão é neutra.

E talvez esse seja o ponto central. A política de livros públicos não diz só respeito à leitura — diz respeito à formação. Ao que se prioriza, ao que se omite. E também, de maneira indireta, ao que se espera que os estudantes pensem, sintam ou jamais leiam em voz alta.

Afinal, no universo da educação, o que não se entrega também ensina.