Os 7 livros mais chatos da literatura brasileira contemporânea — segundo leitores sinceros

Os 7 livros mais chatos da literatura brasileira contemporânea — segundo leitores sinceros

Algumas obras parecem escritas não para serem lidas, mas para serem suportadas. Como se o autor tivesse decidido, deliberadamente, testar o afeto do leitor com a literatura — e sua tolerância ao esvaziamento narrativo. São livros que prometem grandes questões existenciais e entregam frases intermináveis sobre a posição das nuvens, metáforas vegetais sem raiz, silêncios que não reverberam e personagens que, mesmo vivos, parecem mortos por dentro. E o leitor ali, firme, com os olhos semicerrados, como quem lê a bula de um sedativo — por respeito, por vergonha de desistir, ou por teimosia mesmo.

Sim, há autores que confundem lentidão com profundidade, e há críticos que aplaudem o vazio com palavras longas. Chamar um livro de “chato” pode parecer um ato simplório, até vulgar, diante de tanta erudição acadêmica. Mas é um gesto de amor. Amor ao tempo, ao idioma, à leitura que pulsa. E se há coragem para elogiar livros intragáveis, deve haver também espaço para rir deles — com delicadeza, mas com sinceridade.

É claro que gosto literário é subjetivo. E, claro, todo livro que aparece em listas de “mais chatos” tem seu grupo de devotos. Justamente por isso, a lista importa: porque expõe o abismo entre a consagração e a experiência real de leitura. Há obras que nasceram para prêmios, mas não para leitores. Que foram pensadas para impressionar o júri, não para alcançar o estômago — ou o riso, ou o suspiro.

Dito isso, nenhuma dessas obras é um desastre absoluto. Elas apenas falharam em cativar — e o fizeram com altivez. Merecem ser lidas? Talvez. Merecem ser relidas? Aí já é demais. A beleza de uma obra pode estar naquilo que ela não entrega, claro. Mas há livros que não entregam nem isso. E o mais curioso: todos juram que entenderam.

Talvez tenham entendido mesmo. Ou talvez tenham apenas lido orelhas bem escritas. Isso — eu diria — já explica muita coisa.